A Federação Internacional de Futebol (Fifa), em parceria com a FIFPRO, organização mundial que representa os futebolistas profissionais, apresentou um novo serviço de proteção das redes sociais, que será utilizado durante a Copa do Mundo 2022.
Por meio desse sistema, jogadores das 32 seleções que disputarão o Mundial do Catar a partir do próximo domingo (20) terão acesso a um serviço dedicado de monitoramento, denúncia e moderação, que foi projetado para reduzir a visibilidade de discurso de ódio direcionado a atletas. A ideia é proteger os esportistas (e também seus familiares e até mesmo fãs) de abusos on-line.
“A Fifa está comprometida em fornecer as melhores condições possíveis para que os jogadores tenham o melhor desempenho possível. Na Copa do Mundo 2022, estamos felizes em lançar um serviço que ajudará a proteger os jogadores dos efeitos prejudiciais que as postagens nas mídias sociais podem causar à sua saúde mental e bem-estar”, disse o presidente da entidade máxima do futebol mundial, Gianni Infantino.
Colaboração das empresas de redes sociais
O presidente da FIFPRO, David Aganzo, disse esperar que o serviço de proteção funcione como um ponto de partida para ajudar a defender os usuários de mensagens abusivas e que as empresas de mídia social se juntem e apoiem a iniciativa durante a Copa do Mundo.
“É responsabilidade do futebol proteger os jogadores e outros grupos afetados contra o abuso que, cada vez mais, ocorre dentro e ao redor de seu local de trabalho. Esse tipo de abuso tem um impacto profundo em suas personalidades, suas famílias, desempenho, assim como em seu bem-estar geral e saúde mental”, afirmou Aganzo.
O atacante Willian, atualmente no Fulham, é um dos protagonistas da campanha de divulgação do novo serviço. Recentemente, quando ainda jogava pelo Corinthians, o atleta e seus familiares foram alvos de ofensas e ameaças on-line, fato que pesou para seu retorno à Inglaterra.
“Eu e minha família estávamos sofrendo muito, porque as pessoas começaram a nos atacar nas mídias sociais, ofendendo minha família, minhas filhas. É por isso que estou agora com a Fifa, para ver se podemos parar esse tipo de coisa”, disse o jogador.
Dois relatórios independentes produzidos pela Fifa e pela FIFPRO em junho deste ano destacaram o crescente grau de abuso direcionado a jogadores de futebol em plataformas de mídia social durante torneios internacionais.
Com base nos resultados, a Fifa passou a monitorar as contas de redes sociais de todos os participantes da Copa do Mundo, examinando comentários abusivos, discriminatórios e ameaçadores, denunciando-os, em seguida, às redes sociais e às autoridades judiciais para ação no mundo real contra aqueles que violam as regras.
Equipes, jogadores e outros participantes individuais também poderão optar por um serviço de moderação que ocultará instantaneamente comentários abusivos e ofensivos no Facebook, Instagram e YouTube, impedindo que eles sejam vistos pelo destinatário e seus seguidores.