Lionel Messi foi peça-chave para a Argentina voltar a conquistar um título da Copa do Mundo depois de 36 anos da vitória no México, em 1986. De quebra, o craque argentino, de 35 anos, colocou a Adidas no topo do Mundial do Catar, torneio que vinha sendo amplamente dominado pela Nike.
A marca norte-americana foi a fornecedora de material esportivo de 13 das 32 equipes classificadas para a Copa do Mundo. As concorrentes ficaram bem atrás. A Adidas possui contrato com sete seleções que estiveram no Catar, enquanto a Puma conta com parceria com outras seis.
Domínio nas camisas
A partir das oitavas de final do torneio, a Nike passou a ampliar ainda mais seu domínio. Na primeira fase de mata-mata, a marca do Swoosh classificou 10 das 16 seleções que ainda disputavam o título da Copa.
A Adidas, por sua vez, viu alguns de seus principais times naufragarem logo na primeira fase da competição. Foi o caso da Alemanha, campeã mundial em 2014, e da Bélgica, terceira colocada na Rússia 2018. Na fase eliminatória de 2022, apenas três seleções vestiam Adidas: Argentina, Espanha e Japão.
Nas quartas de final, o domínio da Nike afunilou ainda mais as marcas rivais. Seis equipes ainda na disputa do título vestiam Nike (Holanda, Croácia, Brasil, Portugal, Inglaterra e França). A Adidas havia reduzido suas apostas à Argentina. Já a Puma tinha apenas o Marrocos como representante.
O jogo começou a virar na semifinal, quando apenas a Nike teve eliminações e manteve duas das seis equipes na disputa, enquanto os representantes solitários das rivais alemãs também avançaram. Por fim, a Adidas conseguiu colocar uma representante na decisão, com a Argentina, para enfrentar a França, que era a atual campeã e vista como favorita.
Domínio nas chuteiras
A Nike também entrou na Copa do Mundo com amplo domínio nas chuteiras utilizadas pelos jogadores. Do total de atletas em ação no Catar, 49% usaram calçados da empresa. Já a Adidas foi a fornecedora de 35%, enquanto 12% utilizaram Puma.
Por conta disso, sem nenhuma surpresa, a Nike dominou a artilharia da Copa do Mundo. Segundo um levantamento exclusivo da Máquina do Esporte, a Nike foi responsável por 85 dos 172 gols feitos durante o Mundial da Fifa, ou 49,4%. Já a Adidas balançou as redes em 54 ocasiões (31,4%). A lista foi completada por Puma (23), New Balance (5) e Mizuno (2). Houve também 3 gols contra.
No entanto, tal domínio não se refletiu na decisão, disputada no Lusail Stadium. Os grandes astros da decisão foram os artilheiros da partida. Mas, enquanto Kylian Mbappé marcou três gols para a França usando chuteiras da Nike, a Argentina empatou com dois gols de Lionel Messi e um de Ángel Di María, ambos utilizando calçados da Adidas. Nos pênaltis, melhor para a Argentina, que venceu por 4 a 2.
Recordes
Além do título, Messi entrou para o seleto grupo dos jogadores que disputaram cinco edições da Copa do Mundo. Ele estreou na Alemanha, em 2006, já marcando gol. Em seguida, esteve em campo na África do Sul 2010, Brasil 2014, Rússia 2018 e encerrou a carreira em Copas no Catar 2022.
Além de Messi, apenas Antonio Carbajal, Rafael Márquez, Guillermo Ochoa e Andrés Guardado (México), Cristiano Ronaldo (Portugal), Gianluigi Buffon (Itália) e Lothar Matthäus (Alemanha) atingiram essa marca.
Se os sete gols que marcou na Copa do Catar não foram suficientes para colocar Messi como artilheiro da competição (acabou superado por Mbappé por um tento), o jogador se tornou o maior artilheiro da Argentina em Mundiais, com 13 gols. Ele ultrapassou Gabriel Batistuta, que detinha a marca, e também superou Pelé, que marcou 12 vezes em Mundiais da Fifa.
Na artilharia de todos os tempos, Messi ficou atrás apenas de Miroslav Klose (16), Ronaldo (15) e Gerd Müller (14), além de ter empatado com Just Fontaine (13). Não bastasse isso, também conquistou por duas vezes o título de melhor jogador da Copa do Mundo, sendo o primeiro a conseguir o feito, em 2014 e 2022.