O CEO do Shakhtar Donetsk, Sergei Palkin, solicitou à Fifa que a seleção do Irã de futebol seja banida da Copa do Mundo 2022, que será disputada no Catar a partir de novembro. No mesmo pedido, ele pediu que a vaga do país asiático seja entregue à Ucrânia.
No comunicado, Palkin acusou o Irã de estar envolvido em ataques com drones cometidos pela Rússia contra civis ucranianos. Para isso, ele se baseia em relatórios da inteligência dos Estados Unidos, os quais afirmam que as tropas iranianas estariam “diretamente envolvidas no terreno” do conflito na Crimeia.
A mesma acusação sobre o uso de drones iranianos também foi feita pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, embora a informação seja negada pelos governos da Rússia e do Irã.
Sanções à Rússia
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia foi banida de diversas competições internacionais, incluindo a Copa do Mundo 2022, por decisão da Federação Internacional de Futebol (Fifa), devido às agressões contra o país vizinho. O Shakhtar agora quer que a punição seja estendida ao Irã, por conta da assistência militar prestada a um dos lados do conflito.
“O Shakhtar Football Club pede à Fifa e a toda a comunidade internacional que excluam imediatamente a seleção do Irã da Copa do Mundo, pela participação direta do país em ataques terroristas contra ucranianos”, afirmou Palkin.
Dirigente quer Ucrânia na Copa
A seleção iraniana fará sua estreia na Copa do Mundo 2022 contra a Inglaterra, em 21 de novembro. Isso, é claro, se o pedido de Palkin não vier a ser atendido. Além de banir a nação asiática, o dirigente quer que ela seja substituída pela Ucrânia no Mundial.
A seleção ucraniana perdeu a vaga nas Eliminatórias Europeias justamente para o País de Gales, um dos adversários do Irã na primeira fase do Mundial. A Fifa não se pronunciou a respeito do pedido do Shakhtar. Até o momento, não existem precedentes na história da competição, de uma seleção de determinado continente ser trocada pela de outro.
Direitos das mulheres
A declaração do Shakhtar vem em meio a outras convocações de grupos de torcedores iranianos para que a Fifa suspenda a seleção do país da Copa do Mundo. O grupo de direitos humanos Open Stadiums enviou uma carta ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, pedindo a remoção do Irã devido ao tratamento dado pelo país às mulheres, que seriam impedidas de participar de eventos esportivos, ao mesmo tempo em que o governo reprime protestos por igualdade de direitos.
“A Federação Iraniana não é apenas cúmplice dos crimes do regime. É uma ameaça direta à segurança das fãs femininas no Irã e onde quer que nossa seleção jogue no mundo. O futebol deve ser um espaço seguro para todos nós. Por que a Fifa daria ao Estado Iraniano e seus representantes um palco global, enquanto [o governo do país] não só se recusa a respeitar os direitos e dignidades humanos básicos, mas atualmente está torturando e matando seu próprio povo? Portanto, pedimos à Fifa, com base nos artigos três e quatro de seus estatutos, que expulse imediatamente o Irã da Copa do Mundo de 2022 no Catar”, afirma a carta do grupo.