Veto a cerveja em estádios da Copa do Mundo decepciona outros patrocinadores da Fifa

Vários patrocinadores da Copa do Mundo do Catar 2022 levantaram questões contratuais com a Fifa após a decisão de proibir bebidas alcoólicas nos estádios tomada às vésperas do início da competição. A informação é do jornal britânico The Guardian.

Após o veto das autoridades do Catar, a Fifa foi obrigada a proibir a venda de cerveja no entorno e dentro dos estádios da Copa do Mundo. Foi o início da crise entre a federação e a Anheuser-Busch InBev (AB InBev), dona da Budweiser, que possui contrato de US$ 75 milhões para a Copa do Mundo.

O acordo incluía o direito de realizar ativações na porta dos estádios com barracas da marca para venda de cerveja. Segundo a imprensa inglesa, a Budweiser exigirá que a Fifa abra mão de um pagamento de US$ 47,2 milhões que a cervejaria desembolsou para ser a fornecedora oficial de cerveja do Mundial.

Decepção

Outros grandes patrocinadores da Fifa, cujos nomes não foram divulgados pelo The Guardian, levantaram questões de possíveis violações contratuais com a Fifa. Segundo o representante de uma das empresas, que falou sob condição de anonimato, os parceiros se sentiram “decepcionados com a Fifa de várias maneiras”.

“Todo mundo tem uma queixa de alguma forma. Há muita discussão acontecendo para entender quais são as opções contratualmente falando”, contou o executivo.

Embora o Catar, um país muçulmano e conservador, imponha controles rígidos sobre a venda de bebidas alcoólicas, os organizadores do torneio haviam prometido a permissão da venda de cerveja nos estádios.

O guia oficial do torcedor afirma que os participantes dos jogos poderão consumir produtos alcoólicos da Budweiser dentro do perímetro dos estádios por pelo menos três horas antes do início das partidas e uma hora após o apito final. Na prática, a cerveja está disponível apenas em fan zones fora dos locais de jogo.

A conta oficial da Budweiser no Twitter chegou a criticar a proibição com um tuíte afirmando: “Isso é constrangedor”. Posteriormente, a mensagem foi apagada.

Ed Weeks, chefe de resolução de disputas comerciais do escritório de advocacia britânico Cripps, afirmou, em entrevista à agência Reuters, que qualquer disputa dependeria da presença de uma cláusula que autorizasse uma mudança repentina no contrato assinado entre Fifa e Budweiser.

“Se [a Fifa] fez, e eles colocaram uma cláusula colocando o risco na Budweiser, então eles vão ficar muito tranquilos agora. Se não fizeram, a Fifa e seus advogados terão um péssimo fim de semana”, revelou o advogado.

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