O Governo Federal da Colômbia anunciou que destinará cerca de US$ 1,9 milhão em investimentos para desenvolver o campeonato feminino de futebol do país em 2024. O anúncio foi feito pelo presidente Gustavo Petro em uma audiência com a delegação de jogadoras, após o bom desempenho da seleção na Copa do Mundo Feminina, que está sendo disputada na Austrália e na Nova Zelândia. As jogadoras foram condecoradas com a Ordem de Boyacá, a mais alta distinção do país para civis.
A equipe colombiana chegou às quartas de final do torneio, sendo a seleção das Américas que foi mais longe na competição. O time só foi eliminado pela Inglaterra, uma das finalistas, após perder de virada por 2 a 1. Foi a melhor participação das Meninas Superpoderosas (apelido da seleção feminina do país) em um Mundial da Fifa.
Entre os destaques da campanha, a Colômbia eliminou a Alemanha, bicampeã mundial, na fase de grupos. Nas oitavas de final, passou pela Jamaica, que havia eliminado o Brasil, ao vencer por 1 a 0.
Homenagem
Petro homenageou as jogadoras nesta quarta-feira (16), no Palácio de Nariño, sede do poder executivo, e anunciou o que descreveu como um “apoio histórico” ao futebol feminino: a liberação de 8 bilhões de pesos (US$ 1,9 milhão) para que em 2024 “haja uma liga profissional de futebol feminino na Colômbia”.
O atual campeonato é disputado apenas cinco meses por ano devido à falta de recursos e patrocinadores. As jogadoras de futebol são obrigadas a procurar outros empregos para se sustentarem. Com isso, vivem em um regime de semiprofissionalismo. Apenas as que atuam no exterior podem ser consideradas jogadoras profissionais.
“Pretendemos trabalhar de mãos dadas com a federação [colombiana de futebol] para melhorar e continuar trabalhando para que o futebol feminino alcance muito mais”, afirmou Astrid Rodríguez, ministra do Esporte da Colômbia.
Retorno
Na última terça-feira (15), cerca de 3 mil torcedores se reuniram na Movistar Arena, no centro de Bogotá, para receber a seleção feminina em seu retorno ao país.
As atacantes Leicy Santos (Atlético de Madrid) e Mayra Ramírez (Levante), além da goleira Catalina Pérez (Werder Bremen), foram as mais aplaudidas. Linda Caicedo, a craque do time, não retornou à Colômbia, seguindo direto para a Espanha, onde se reapresentou ao Real Madrid, seu time atual.
As atletas que voltaram para Bogotá pediram, em entrevista à imprensa local, mais apoio ao futebol feminino, já que 11 das 23 atletas convocadas para a Copa do Mundo atuam no torneio local. O governo deu uma resposta rápida à reivindicação das jogadoras. Resta os clubes locais conseguirem atrair mais patrocínios privados após a boa campanha de sua seleção.