Os governos da Grã-Bretanha, França, Espanha, Alemanha e Itália pediram à Fifa e às emissoras para que “cheguem rapidamente a um acordo” sobre os direitos de transmissão da Copa do Mundo Feminina 2023, que será disputada na Austrália e Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto.
Restando menos de 50 dias para o início da competição, os Ministérios do Esporte dos cinco países assinaram um comunicado em que “reconhecem com preocupação que, até agora, nenhum direito televisivo foi atribuído em nossos países para as partidas transmitidas”.
“Estamos cientes dos interesses legítimos e das restrições orçamentárias que pressionam os cessionários e as emissoras independentes, que precisam de um modelo econômico viável para cada um deles. Também reconhecemos as restrições organizacionais específicas que provavelmente afetarão o “valor de mercado” dos direitos de transmissão para a Europa (período e horário das partidas)”, afirma o comunicado.
“No entanto, estamos convencidos de que a cobertura da mídia da Copa do Mundo Feminina será decisiva para melhorar a visibilidade global do esporte feminino em nossos países europeus. A exposição da mídia ao esporte feminino tem realmente um impacto altamente significativo no desenvolvimento de práticas esportivas de mulheres e meninas”, finaliza o documento.
Para garantir a transmissão do evento nesses países, os governos acreditam que é de sua responsabilidade mobilizar “todas as partes interessadas” para que cheguem a um acordo o mais rápido possível.
Valores baixos
Na França, os direitos de transmissão da Copa do Mundo Feminina representam menos de 5% dos € 130 milhões pagos pela evento masculino disputado no Catar no ano passado.
Já na Itália, a proposta para a Copa do Mundo Feminina é de € 1 milhão, o que representa menos de 1% dos € 160 milhões pagos pela competição masculina, mesmo com o fato da seleção italiana nem ter se classificado para a disputa do Mundial no Catar.
Na Alemanha, as emissoras ofereceram € 3 milhões para mostrar o torneio, menos de 3% do valor pago para televisionar as duas últimas Copas do Mundo Masculinas, segundo o site alemão Kicker.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, criticou diversas vezes as emissoras por não oferecerem o suficiente pelos direitos de transmissão da Copa do Mundo Feminina. No início de maio, ele ainda disse que as ofertas dos “cinco grandes” países europeus permaneceram “muito decepcionantes e simplesmente não aceitáveis”.