Às vésperas do início da Copa do Mundo Feminina 2023, que será realizada de 20 de julho a 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia, o YouTube anunciou que conseguiu esgotar a venda de seus pacotes de patrocínio para a transmissão do evento na Cazé TV.
Fenômenos de audiência na Copa do Catar no ano passado, as transmissões comandadas por Casimiro Miguel quebraram recordes de visualizações em tempo real na plataforma de vídeos do Google. Não por acaso, neste Mundial as grandes marcas resolveram investir pesado nos conteúdos trazidos pelo streamer, muitas delas conhecidas por possuírem forte presença na mídia tradicional.
Juntos, Cazé TV e YouTube arrebanharam um número maior de marcas neste Mundial Feminino do que Globo e Sportv. A transmissão via streaming da competição para o Brasil contará com 20 anunciantes no total. Já na mídia tradicional (TVs aberta e por assinatura), serão 11 parcerias.
Entre as marcas que fecharam com o YouTube para a Copa do Mundo Feminina 2023 estão Ambev, Cielo, Claro, Itaú e Visa. Vale lembrar que o YouTube negociou esses pacotes na condição de parceiro da Cazé TV, que obteve os direitos da competição por meio da LiveMode.
O canal de Casimiro conta com seus próprios anunciantes para a Copa do Mundo Feminina, superando sozinho (pelo menos em número de marcas) todo o Grupo Globo. Entre seus parceiros estão: Aposta Ganha, Clear, Coca-Cola, Esportes da Sorte, EstrelaBet, Eurofarma, iFood, Itaú, Latam, Mastercard, Mercado Livre, McDonald’s, Netflix, Sensodyne, Rexona e Valda.
Investimentos menores
Pela sua própria natureza, as transmissões da Cazé TV no YouTube envolvem uma estrutura muito menor do que Globo e Sportv terão na cobertura do torneio. A emissora mandou 12 profissionais para os países-sede do evento, isso sem contar aqueles que farão as transmissões a partir do Brasil, o que faz com que seus gastos com mão de obra sejam bem mais volumosos do que no streaming.
Os próprios custos para a aquisição dos direitos do torneio são maiores para o Grupo Globo. No contrato que vigorava até o ano passado e garantia a exclusividade das Copas Masculina e Feminina nas TVs aberta e por assinatura, a empresa pagava em torno de US$ 90 milhões ao ano para a Fifa (o que representava mais de R$ 480 milhões, à época).
Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, em meio à queda nas receitas e à paralisação dos eventos presenciais, a Globo abriu mão dos direitos no streaming, que agora são negociados pela LiveMode, que os repassa para a Cazé TV no mercado brasileiro.
Diante desse cenário, é natural que o valor da cota publicitária da Globo em um evento dessa dimensão seja mais elevado do que no streaming, já que ela precisa cobrar mais para obter retorno sobre o investimento feito para viabilizar a transmissão. E isso resultará em uma quantidade menor de marcas parceiras.
Segundo informações do Estadão, o valor máximo a ser pago pelos patrocinadores das transmissões da emissora no Mundial Feminino será de R$ 1,5 milhão. Já os preços das cotas no YouTube da Cazé TV não foram divulgados.
Mesmo no que diz respeito à audiência, por mais que algumas transmissões ao vivo feitas por Casimiro na última Copa tenham ultrapassado 5 milhões de espectadores simultâneos, o número é inferior, por exemplo, aos 53 pontos de audiência registrados no Painel Nacional de Televisão (PNT) pela Globo durante a exibição de Brasil x Coreia do Sul, equivalentes, à época, segundo a Kantar Ibope Media, a mais de 37 milhões de pessoas.
Portanto, nesta Copa do Mundo Feminina, a tendência é de que as marcas que adquiriram cotas da Globo atinjam um público maior em comparação ao alcance proporcionado pela transmissão digital.
Cobertura no Grupo Globo
A quantidade de conteúdo relacionado à Copa do Mundo Feminina oferecida pelo YouTube será maior em comparação às mídias tradicionais. O Grupo Globo prevê a transmissão de sete partidas ao vivo na TV aberta (com foco na jornada da seleção brasileira) e 34 na fechada. Além disso, a empresa deve trazer conteúdos ao longo de sua programação e também na cobertura feita pelo site GE.
Dos patrocinadores que adquiriram cotas do YouTube, apenas a Cielo não figura entre os anunciantes das transmissões do Grupo Globo para o Mundial Feminino. Isso demonstra que algumas empresas optaram pela estratégia da complementaridade, buscando garantir visibilidade em diferentes plataformas ao mesmo tempo. Na TV aberta, a emissora da Família Marinho contará com patrocínios de Banco Bmg, Betnacional, Claro, Guaraná Antarctica (da Ambev), GWM (Great Wall Motors), Magalu, Omo, Pagbet, Rexona e Visa.
Dos dez patrocinadores da Globo na TV aberta, apenas Bmg e Visa não fecharam patrocínio aos canais Sportv na televisão por assinatura. No caso, eles são “substituídos” por outro banco, o Itaú, que também é parceiro do YouTube.
Várias dessas marcas que adquiriram cotas nas diferentes plataformas são parceiras da seleção brasileira feminina ou do próprio evento. A Visa, por exemplo, é patrocinadora do futebol feminino da Fifa. Já a Rexona patrocina a Copa do Mundo Feminina, ao passo que a Claro é apoiadora da competição. A Ambev, por meio de sua marca de refrigerantes Guaraná Antarctica, e o Itaú patrocinam as seleções brasileiras masculina e feminina.
Como funcionam os pacotes do YouTube
A transmissão do YouTube na Copa do Mundo Feminina terá todas as 64 partidas ao vivo, incluindo, obviamente, todas as do Brasil na competição. Também serão oferecidos os melhores momentos dos jogos, vídeos de bastidores, transmissões pré e pós-jogos, reações e cobertura in loco, que ficarão disponíveis no canal do streamer Casimiro. Isso sem contar conteúdos do canal da jornalista Fernanda Gentil, que fará a cobertura do torneio diretamente da Austrália e da Nova Zelândia.
Os pacotes do YouTube para a Copa do Mundo Feminina garantirão veiculação das marcas na Cazé TV e também no Cortes do Casimito e Cortes do Luisinho. No canal de Fernanda Gentil, Cielo, Claro, Itaú e Visa terão direito a vídeos dedicados em conteúdos que podem conter menção de marca, vinhetas e outros formatos, de acordo com cada campanha.