Em Zurique, Brasil entrega proposta para sediar Copa do Mundo Feminina de 2027

Apresentação da nova comissão técnica da seleção feminina ocorreu em setembro - Thais Magalhães / CBF

Representantes da candidatura do Brasil a país-sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 viajaram a Zurique, na Suíça, para entregar, na sede da Fifa, o Bid Book, caderno com as propostas do país para o evento. Caso o Brasil seja escolhido, seria a primeira vez que a competição seria disputada na América do Sul. A decisão será divulgada no dia 8 de maio de 2024, durante um Congresso da Fifa, na Tailândia.

A delegação brasileira é composta por Valesca Araújo, responsável pelo planejamento de infraestrutura e operações do evento, Manuela Biz, consultora de comunicação, e Luiza Iglesias, diretora de arte e criadora da marca e identidade visual da campanha.

A entrega física da brochura faz parte da formalização de um trabalho que começou em maio, com a confirmação do interesse do Brasil em sediar o principal evento de futebol feminino do mundo, que será realizado daqui três anos e meio.

“Pelas mãos de três mulheres, estamos levando à Fifa uma proposta que reflete a vontade de estabelecer a Copa do Mundo Feminina como plataforma de desenvolvimento do futebol feminino em todas as suas camadas, desde a formação de jovens atletas e gestoras até a materialização de políticas de proteção dos direitos da mulher, dentro e fora de campo”, afirmou Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O dirigente acredita que o Brasil possa se beneficiar pela expertise de ter sediado recentemente uma edição da Copa do Mundo Masculina, em 2014.

“Temos um país pronto. De 2014 para cá, nossas condições evoluíram ainda mais, com melhorias e mais estrutura nos estádios”, destacou Rodrigues.

Cidades-sede

Em mais de 160 páginas do livro que condensa as propostas do Brasil, são fornecidas informações referentes à infraestrutura, como descrição dos estádios aptos a receber as partidas, dos centros de treinamento e da rede hoteleira nas dez cidades-sede propostas: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Todas essas cidades sediaram jogos da Copa do Mundo de 2014, tendo estádios que foram erguidos ou remodelados para aquela edição do torneio. Apenas duas que abrigaram jogos do Mundial de nove anos atrás não fazem parte das cidades propostas a serem anfitriãs em 2027: Curitiba (PR) e Natal (RN).

“Trabalhamos desde o início com a ideia de utilizar somente os palcos construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014, confirmando o legado daquela competição no desenvolvimento do esporte e como parte de um projeto de sustentabilidade ambiental e financeira”, contou Valesca.

“Também temos como objetivo envolver o continente sul-americano. Por isso, distribuímos os jogos em todas as regiões do Brasil, possibilitando que fãs de outros países possam também desfrutar do momento”, completou.

Apoio estatal

Outro trunfo da candidatura brasileira é a obtenção do apoio do poder público para a realização do evento.

“Conseguimos todas as garantias governamentais previstas nos requerimentos, com o apoio do Governo Federal, órgãos estaduais e municipais, federações de futebol e a Conmebol, parceira fundamental para potencializar o impacto da competição no continente”, destacou Jacqueline Barros, executiva de relacionamento institucional da candidatura.

O Brasil tem fortes concorrentes pelo evento. EUA e México (candidatura dupla) e Alemanha, Bélgica e Holanda (candidatura tripla) disputam com o país o direito de sediar a competição de 2027. A África do Sul desistiu da concorrência em novembro. 

A partir de agora, a documentação de cada proponente será avaliada e, uma vez aprovadas as propostas de acordo com critérios técnicos preestabelecidos, os candidatos estarão aptos a serem votados no Congresso da Fifa, em maio de 2024.

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