No último dia 16 de setembro, a Skol, marca de cerveja mais vendida do país, mostrou seu primeiro investimento maciço no patrocínio ao esporte após muitos anos. A marca do grupo Ambev apoiou a realização do Circuito Brasileiro de Surfe Universitário.
Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte um dia antes do evento, a gerente de comunicação da Skol, Mariana Amazonas, afirmou que o patrocínio à modalidade é uma forma de contribuir na formação de novos surfistas para o país.
A ex-surfista pernambucana ainda disse que a escolha pelo surfe se deveu às características que o esporte tem e que são similares às da marca.
Leia a seguir a entrevista com Mariana Amazonas:
Máquina do Esporte: Por que a decisão da Skol de investir no esporte, já que a marca tem uma ligação muito mais forte com a música eletrônica, com a organização do Skol Beats?
Mariana Amazonas: Na verdade a Skol nasceu muito através do esporte. Temos a plataforma de música, mas também temos a do esporte. Na verdade é uma plataforma de entretenimento. Quando a Skol começou a se desenvolver, há dez anos, a ganhar corpo internacionalmente, ela era reconhecida pelo patrocínio à motocross. Durante muito tempo a Fórmula Um também foi um esporte patrocinado pela marca. Mas sem dúvida essa é uma visão que talvez a gente esteja deixando nos dias de hoje. Só que a gente não elege a plataforma do esporte, mas a plataforma com o que tem a ver com a marca. E o surfe tem tudo a ver. É superdescontraído, é jovem. Tem a ver com uma marca inovadora, preocupada com o que vem para a frente, em antecipar o que o futuro.
ME: Existe a possibilidade de a empresa se envolver ainda mais com o esporte, patrocinando outras modalidades?
MA: Só com aquilo que tem muito a ver com o perfil da marca. Não existe divisão, nenhuma restrição da marca. Existem características que atraem ou não. Tem a ver com entretenimento, atrevimento, ousadia. Essas características definem se vamos ou não investir no esporte
ME: E por que a iniciativa de investir no surfe? A marca usa o evento para se aproximar do público-alvo e com isso tentar aumentar as vendas?
MA: Nosso objetivo era estimular para que o evento acontecesse. Assim como foi com o WTC feminino (etapa do circuito mundial de surfe). Além disso fizemos ações para garantir um evento ecologicamente correto, com uma preocupação grande com a limpeza da praia, restrição de bebidas para maiores de 18 anos. Tivemos um carinho especial por toda a parte ambiental. Geralmente um evento de praia não presta muita atenção para esses detalhes. É algo mais por esse lado.
ME: O patrocínio para o torneio no ano que vem será mantido?
MA: Existe uma prioridade de renovação do contrato, mas não é política da Skol investir em contratos de longo prazo.
ME: O evento é então uma espécie de teste para ver se vai continuar no ano que vem?
MA: Não chamaria de teste. É um evento que está aí e que vai acontecer. A marca é muito consistente, não brinca de fazer uma coisa e logo mudar para outra. Quando assume determinada ação, vai até o fim. A gente garante e preza pela organização, para que nada aconteça errado. E a Skol é reconhecida por ser uma marca de evento.
ME: Foi feita uma pesquisa para saber em qual esporte a Skol iria investir?
MA: Não tem pesquisa especifica para isso. Tem sim uma série de pesquisas relativas à marca em geral, que discutem diversos aspectos, entre eles o esporte. E o surfe é um esporte extremamente valorizado, com número grande de praticantes. Mas o curioso é que é um dos esportes mais praticados do país e também um dos menos apoiados. Com isso a gente pretende garantir que Brasil tenha campeonatos, que consiga desenvolver profissionais. Mas não existiu uma pesquisa específica para isso.
ME: Você falou em garantir que a modalidade consiga desenvolver profissionais do surfe. A Skol pretende fazer do apoio à modalidade alguma coisa do gênero que o Banco do Brasil fez com o vôlei?
MA: Não temos a intenção de desenvolver a modalidade. Mas a gente tem todo o prazer em apoiar e participar. Não está em nosso projeto usar o surfe como plataforma de desenvolvimento da modalidade, mas apenas de apoio a um evento.