Fórmula 1 anuncia categoria inédita de formação de pilotas para 2023

A Fórmula 1 anunciou, nesta quinta-feira (17), a criação da categoria “Academia F1” para 2023. A iniciativa será composta exclusivamente por pilotas e terá como principal objetivo a preparação e o desenvolvimento dessas mulheres para progredir até os mais altos níveis do automobilismo, podendo alcançar a W Series, a Fórmula 3, a Fórmula 2 e também a própria Fórmula 1.

De acordo com a F1, a nova categoria consistirá em cinco equipes dirigidas pelas atuais equipes de F2 e F3, cada uma com três carros para formar um grid com 15 carros. A primeira temporada será composta por sete eventos com três corridas cada, totalizando 21 provas, além de 15 dias de testes oficiais. O calendário oficial será divulgado em breve.

As pilotas estarão ao volante de carros com chassi Tatuus T421, com a Autotécnica fornecendo motores turbo de 165 cavalos de potência, enquanto a Pirelli, parceira global da Fórmula 1, fornecerá os pneus.

A categoria será administrada por Bruno Michel, CEO da F2 e da F3 dentro do organograma da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A Fórmula 1 subsidiará o custo de cada carro com um orçamento de € 150 mil, enquanto as pilotas ficarão responsáveis por bancar a mesma quantia, com as equipes cobrindo o restante.

Segundo a F1, após avaliar as barreiras que as jovens pilotas enfrentam ao entrar na pirâmide da F1, ficou claro que elas não têm como alcançar a mesma experiência que os homens da mesma idade. Assim, o objetivo da Academia F1 é preencher essa lacuna e oferecer às mulheres acesso a mais tempo de pista, corridas e testes. As mulheres também crescerão trabalhando com equipes profissionais, que são renomadas no automobilismo por ajudar no desenvolvimento de habilidades de preparação técnica, física e mental que são necessárias para disputar competições de elite.

Por fim, a Fórmula 1 destacou que a W Series continuará sendo uma grande plataforma para as pilotas (apesar de ter tido a parte final da temporada 2022 cancelada por falta de fundos), enquanto a Academia F1 servirá como uma possibilidade extra para a próxima geração de jovens pilotas.

“Todos devem ter a oportunidade de seguir seus sonhos e alcançar seu potencial, e a Fórmula 1 quer garantir que estamos fazendo todo o possível para criar maior diversidade e novos caminhos para este esporte incrível. Quanto mais oportunidades houver, melhor, e a Academia F1 foi projetada para fornecer outra rota para o sucesso das pilotas”, afirmou Stefano Domenicali, presidente e CEO da Fórmula 1.

“Em 2019, lançamos nossa estratégia de sustentabilidade, diversidade e inclusão, e assumimos o compromisso de construir um esporte mais diversificado e inclusivo, quebrando os estereótipos associados a uma carreira no automobilismo e incentivando pessoas de todas as origens. Nos últimos anos, temos feito grandes progressos nessas questões importantes no nosso próprio negócio e em todo o esporte. Este anúncio é um compromisso que garantirá que as jovens pilotas tenham a melhor oportunidade de iniciar a carreira profissional no automobilismo e subir a escada até o topo, desenvolvendo suas habilidades e experiências da maneira certa e com o nível certo de suporte”, destacou Ellen Jones, chefe de sustentabilidade da Fórmula 1.

“A diversidade é extremamente importante no automobilismo, e, com a Academia F1, provaremos que as pilotas têm tudo para competir em alto nível. Estou absolutamente convencido de que, se as mulheres tiverem a mesma experiência que qualquer outro piloto, elas poderão abrir caminho com sucesso na pirâmide”, finalizou Bruno Michel.

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