O ABC, que disputa a Série B do Brasileirão em 2023, realizou uma ação em favor da doação de córneas durante a apresentação da nova camisa do clube. O uniforme contém um tecido tátil em braile com os nomes de ídolos da história do time potiguar.
Nesta terça-feira (2), o time promoveu no restaurante Sal e Brasa, em Natal (RN), um almoço às cegas para uma experiência sensorial coletiva, que contou com a presença da imprensa, jogadores e integrantes do projeto.
O projeto “Lendas Alvinegras” homenageia craques do clube, os quais ganham a inscrição em braile na camisa. O ex-jogador Danilo Menezes, um dos homenageados na ação, falou com emoção ao recordar de sua história no ABC.
“É uma homenagem muito especial que recebo. Lá pelos anos de 1970, estava no Rio de Janeiro, quando recebi o convite do ABC e não me arrependi de ter vindo para Natal. Fiz uma longa caminhada aqui e vivi momentos inesquecíveis, como o de hoje também”, afirmou o jogador.
“Agradeço a homenagem e parabenizo o clube por recordar de outros nomes que vestiram essa camisa tão vitoriosa”, acrescentou.
Campanha
Bira Marques, presidente do ABC, ressaltou a necessidade de políticas públicas para favorecer todas as pessoas com necessidades especiais, principalmente a parcela que vive em vulnerabilidade social.
“Essa ação do ABC mostra a importância da valorização da vida e da necessidade de inclusão de todas as pessoas. O Clube do Povo [apelido do ABC] é feito por todos, sem qualquer distinção, especialmente por aqueles que mais precisam de atenção. Nossa admiração extrema por esses super-humanos que mostram uma superação enorme todos os dias”, disse o dirigente.
No almoço, todos os convidados ficaram com os olhos vendados durante a refeição, para experimentar a vivência das pessoas com deficiência visual, com limitações parciais ou totais da vista. O resultado foi um momento de descobertas e aprendizados.
Ação social
A campanha “Doe Córnea” divulga também a importância da doação e do acesso ao Banco de Olhos do RN, vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
De acordo com a enfermeira-chefe do Banco de Olhos, Renata Campos, cerca de 600 pessoas estão na fila de espera para realizar a cirurgia do transplante de córnea.
“Nós enfrentamos alguns obstáculos ainda por desconhecimento da população, em não saber como proceder a doação, qual o local para o recolhimento do órgão e de como o paciente pode se habilitar para fazer esse procedimento”, contou Renata.
A ação foi promovida pela Elefante Mais Querido, marca própria do ABC, e contou ainda com a parceria da Escudetto e da Associação do Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte (Adevirn).