A torcida presente no Parque dos Príncipes, em Paris, realizou um ato de racismo durante o amistoso do Brasil contra a Tunísia. Durante a comemoração do gol de Richarlison, o segundo da seleção brasileira, foram atiradas duas bananas em direção aos jogadores brasileiros. A partida terminou com goleada do time comandado por Tite por 5 a 1.
Segundo a TV Globo, que transmitiu o jogo, houve uma tentativa de identificar o(s) responsável(is) pelo ato racista na hora do incidente, porém, até o momento, a(s) pessoa(s) não foi(foram) identificada(s).
Por meio das redes sociais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) repudiou a atitude. Coincidentemente, o Brasil entrou em campo contra a Tunísia segurando justamente uma faixa contra o racismo, em uma ação realizada em parceria com o Itaú, patrocinador da seleção.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, lamentou mais um episódio de racismo no futebol e pediu punições mais severas.
“Mais uma vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
Caso Vinícius Júnior
Recentemente, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi alvo de comentários racistas na Espanha por causa das danças que faz em comemoração aos seus gols. O imbróglio surgiu após Pedro Bravo, agente de jogadores, afirmar, no último dia 15 de setembro, durante o programa de TV “El Chiringuito”, que Vini Jr. deveria “deixar de fazer macaquice” ao comemorar seus gols, em claro insulto racista.
Vini Jr. gravou um vídeo repudiando o racismo de que fora vítima, gerando apoio de nomes como Neymar e Pelé, além de mais de 4 milhões de interações nas redes sociais.
“Dizem que a felicidade incomoda as pessoas. Bom, a felicidade de um brasileiro, negro, vitorioso na Europa, muito mais. Semanas atrás, eles começaram a me criminalizar por dançar”, afirmou o brasileiro, que ressaltou que dançar “celebra a diversidade cultural do mundo. Aceite, me respeite, não vou parar”.
Na vitória de 2 a 1 sobre o Atlético de Madrid, Vini Jr. não marcou, mas comemorou o gol de Rodrygo dançando com o companheiro. No amistoso da seleção brasileira contra Gana, na última sexta-feira (23), os jogadores do Brasil entraram em campo segurando uma faixa com a mensagem “Celebrar como brasileiro não tem preço” em apoio ao atacante do Real Madrid.