O site Fatal Model conquistou uma visibilidade inesperada com o patrocínio na camisa de Hercílio Luz e Camboriú, times que disputam o Campeonato Catarinense. A equipe de Tubarão é a líder do campeonato estadual, enquanto o clube do litoral ocupa a terceira posição.
O inusitado da parceria é que a Fatal Model é um site de busca para acompanhantes, sexo (presencial e virtual) e o que mais a imaginação permitir. No início, a Spontik, que fez a ponte entre a empresa e os clubes de futebol, enfrentou dificuldade até ao oferecer apoio aos times.
“No início, não foi tranquilo. O desconhecimento sobre o que a Fatal Model faz acaba gerando esse preconceito, e muitos clubes recusaram o patrocínio porque ficaria ruim com a comunidade e com os outros patrocinadores”, contou Eduardo Santos, diretor de relacionamento da SST, da qual a Spontik faz parte.
“Mas, entre os que aceitaram, nenhum perdeu patrocínio e visibilidade. O objetivo é trazer recursos para o clube”, acrescentou o executivo.
A Fatal Model é definida em seu site oficial como uma “plataforma de anúncios para acompanhantes”. Qualquer profissional do sexo, seja mulher, homem ou trans, pode se cadastrar no site oferecendo seus serviços. Por medida de segurança, a empresa checa a identidade de todos os profissionais que anunciam no site.
O cadastro é gratuito. Porém, o usuário que optar por aparecer nas primeiras opções de busca, terá que desembolsar um valor.
“O modelo de negócio da Fatal Model são os classificados. Eles não ganham na intermediação [entre cliente e profissionais do sexo], mas através do anúncio. Quem quiser anúncio mais valorizado, com posição melhor, pode optar pelos planos pagos”, revelou Eduardo Lena, diretor de desenvolvimento de novos projetos da SST.
Essa explicação é necessária, já que, se ganhasse uma comissão por programa sexual, o site estaria cometendo crime de rufianismo. Como o modelo de negócio é simplesmente ser monetizado pelos anúncios, independentemente se eles gerarão ou não negócios para o usuário, a plataforma se torna apenas um meio para que os encontros aconteçam.
Há valores que são caros à empresa. Recentemente, a Fatal Model retirou seus anúncios do Flow, podcast de maior audiência do Brasil, após Monark, então um dos apresentadores da plataforma, ter defendido a criação de um partido nazista no Brasil.
“A Fatal Model é uma marca séria, que trabalha no mercado adulto, mas de maneira séria”, ressaltou Eduardo Santos.
Gozando de grande sucesso no país, a Fatal Model conta, segundo números divulgados pela empresa, com 15 milhões de usuários únicos e 25 mil profissionais cadastrados. A plataforma, com sede no Rio Grande do Sul, conta com anúncios de profissionais do sexo espalhados por todos os estados do Brasil.
A próxima parceria também será no esporte. A empresa dará apoio ao Globo (RN), que usará o logotipo da empresa no espaço do patrocínio máster da camisa, além do calção, na partida contra o Internacional, na estreia das duas equipes na edição 2022 da Copa do Brasil. O jogo será no próximo dia 3 de março, no Estádio Barrettão, em Ceará-Mirim (RN).
“O jogo estará na TV e dará visibilidade nacional à empresa”, destacou Santos, apontando a razão do interesse em realizar o patrocínio pontual.