Um grupo composto por 39 jogadoras da Espanha, incluindo a maioria das 23 atletas que triunfaram na Copa do Mundo Feminina da Fifa, divulgou uma carta expressando o desejo de mais mudanças na Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), após a saída de Luis Rubiales do cargo de presidente da entidade.
Elas afirmaram que a renúncia de Rubiales e a substituição do treinador da equipe pela ex-jogadora Montserrat Tomé não representam medidas suficientes, e que “as mudanças ocorridas não são suficientes para que as jogadoras se sintam num lugar seguro”.
No comunicado, as jogadoras não informaram se continuariam boicotando uma possível convocação para atuarem pela seleção nacional, o que atrasou a divulgação da lista de convocadas para o confronto contra a Suécia, na próxima sexta-feira (22), válido pela Liga das Nações. Por “proteção”, a atacante Jenni Hermoso, peça central e vítima do episódio envolvendo Rubiales, não foi convocada.
Diversos setores
O grupo também apelou à RFEF para reformar diversos setores da organização, incluindo o antigo gabinete de Rubiales, o Secretariado-Geral, o Departamento de Comunicação e Marketing, bem como a chamada Unidade de Integridade.
“As alterações especificadas na RFEF se baseiam na tolerância zero para aquelas pessoas que, a partir de uma posição dentro da federação, tiveram, incitaram, ocultaram ou aplaudiram atitudes que vão contra a dignidade da mulher”, destacou o comunicado das jogadoras.
RFEF se manifesta
Na manhã desta segunda-feira (18), a RFEF publicou um comunicado, dizendo que garantirá um ambiente seguro para as jogadoras.
“A federação está consciente da necessidade de realizar mudanças estruturais”, afirmou a nota.
“Estamos comprometidos com um clima de confiança mútua para que possamos trabalhar juntos e garantir que o futebol feminino continue a progredir com muito mais força”, acrescentou.