A Arábia Saudita quer dar mais um passo na estratégia de se transformar cada vez mais na principal “casa” do esporte mundial. Dessa vez, o país árabe estaria se unindo a Grécia e Egito para criar uma candidatura tripla com o objetivo de sediar a Copa do Mundo de 2030, inclusive garantindo o financiamento dos projetos de infraestrutura necessários nos dois países “parceiros”. As informações são do jornal britânico The Times.
De acordo com a publicação, o principal trunfo da candidatura seria o fato do Mundial ser disputado em três continentes pela primeira vez na história. Até hoje, apenas uma vez a Copa foi sediada por mais de um país, em 2002, com Coreia do Sul e Japão, ambos asiáticos. Em 2026, serão três anfitriões pela primeira vez, mas todos do continente americano (Estados Unidos, Canadá e México).
Ainda segundo o jornal britânico, um torneio desse porte realizado em três continentes apaziguaria muitos executivos da federação. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, estaria, inclusive, interessado na proposta saudita, pelo fato de incluir uma nação africana, o que levaria a Copa do Mundo de volta ao continente após 20 anos, uma das prioridades do mandatário. A primeira e única vez que o Mundial foi disputado em solo africano foi em 2010, na África do Sul.
Nos bastidores, no entanto, acredita-se que o principal entrave para a candidatura Ásia/Europa/África é justamente a concorrência. O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, já declarou ter certeza de que o Mundial de 2030 será disputado na Espanha e em Portugal. E, além da candidatura europeia dupla, ainda deve haver a candidatura sul-americana quádrupla envolvendo Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Esta última aposta no aniversário dos 100 anos do Mundial, que teve início em 1930 no Uruguai.
Outra dificuldade enfrentada pela possível candidatura tricontinental seria o fato de que a Copa precisaria mais uma vez ser disputada no final do ano por conta das altas temperaturas nos meses de junho e julho na região. Isso já acontecerá neste ano, no Catar. A Uefa criticou a escolha do país árabe para receber o torneio em 2022 e estaria pronta para criticar ainda mais, caso a decisão fosse tomada pela segunda vez em um espaço de apenas oito anos.