Poucos dias após o evento oficial de inauguração da Arena MRV, em Belo Horizonte (MG), o Atlético-MG apresentou uma série de iniciativas ligadas à tecnologia e à Web 3.0 durante sua participação no Sports Summit 2023, maior evento sobre a indústria esportiva da América Latina. Entre elas, Débora Saldanha, chefe de inovação do clube, destacou, em entrevista à Máquina do Esporte, o lançamento do Super App, que busca ser um centro de informações e entretenimento para o torcedor.
“A ideia é que o aplicativo seja justamente o centro de gravidade do Galo, não só para quem acessa a arena, mas também para quem consome os conteúdos do clube. Então, a ideia do Super App é a gente tentar trazer os torcedores para dentro dele com o objetivo de engajar e oferecer serviços ao público”
Débora Saldanha, chefe de inovação do Atlético-MG
Outra questão importante a respeito do Super App é a possibilidade que o Atlético-MG tem de coletar mais dados sobre os seus torcedores em comparação aos fornecidos pelas redes sociais nos perfis oficiais da instituição. Com isso, o clube consegue compreender melhor os interesses e hábitos de consumo de sua torcida, o que pode ser revertido em ações mais assertivas.
Integração com a Socios.com
Em processo de renovação do contrato com a Socios.com, responsável pelos fan tokens do clube, o Atlético-MG estuda integrar o Super App com a base de dados da empresa. Este seria mais um passo da instituição para entender os hábitos de seus torcedores, uma vez que teria acesso a mais informações.
“Esse ano a gente está conversando de perto com as Socios.com para tentar integrar as bases tanto no Super App quanto na plataforma deles ou minimamente inseri-los dentro do app para a gente entender quem é o público que vai acessá-lo. Também temos feito muitas campanhas com sócios-torcedores em que damos fan tokens gratuitamente, primeiro para ele se sentir parte, mas principalmente porque a gente começa a entender qual é a base que acessou o nosso aplicativo”, explicou a chefe de inovação do clube.
Web 3.0
Recentemente, o Atlético-MG explorou alguns recursos da Web 3.0 em seus produtos. Um exemplo é o “Manto da Massa”, que conta com um mecanismo de NFC que permite ao torcedor vincular a camisa ao seu nome e participar de um série de outras ações do clube.
Já com relação aos NFTs, o clube acredita que eles devem ter finalidades para além de apenas um item colecionável e servir como ingressos, por exemplo, ou ferramenta de acesso para outras experiências.
“A gente entende a blockchain, e já estamos migrando-a para outras frentes com essa ideia de ser algo de um selo, por exemplo, de autenticação. Acho também que o mercado como um todo no esporte começou a entender que os NFTs não são apenas imagens, são uma propriedade, uma autenticação de que aquilo realmente pertence a alguém, de que é real, etiqueta aquele jogo ou é daquele atleta”, analisou Débora.
“Como forma de ingresso é isso também porque você, em blockchain, facilita até a revenda do ingresso, porque aí o clube vai estar ganhando com isso também”, completou.
Novas propriedades
Com a chegada da Web 3.0 e de ferramentas como metaverso e NFTs, entre outros, surgem também novas propriedades comerciais, como espaços para patrocínio em itens colecionáveis. Assim como existe a propriedade máster no uniforme do clube, essa categoria pode existir também no digital e, assim, as equipes arrecadarem mais.
“A gente sempre abre como prioridade para os patrocinadores para eles participarem ou a gente faz algo exclusivo com eles. A propriedade digital, por mais que tenhamos a Betano como patrocinadora máster, não tem algo que defina que a marca tem que estar no digital, porém ela tem a prioridade”, explicou Débora.
“É um espaço novo para se explorar e uma propriedade nova, inclusive de negociação, que eu acho que muitos clubes não estão olhando, e a gente está com essa ideia”, finalizou.
*Estagiário da Máquina do Esporte, sob supervisão de Wagner Giannella