O banqueiro Daniel Vorcaro perdeu seu assento no Conselho de Administração da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG.
O afastamento, que ocorre na esteira do escândalo do Banco Máster, foi aprovado pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária realizada no último dia 21 de novembro. A decisão, porém, foi comunicada oficialmente apenas nesta quarta-feira (26).
Daniel Vorcaro detém 20% do capital da SAF atleticana, por meio da Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP). O banqueiro investiu cerca de R$ 300 milhões nos últimos dois anos para se tornar sócio minoritário do clube.
Vorcaro foi preso na Operação Compliance Zero, deflagrada no último dia 18 de novembro pela Polícia Federal (PF). A investigação teve como alvos principais o Banco Máster e o Banco de Brasília (BRB), instituições com atuação relevante no patrocínio esportivo nacional.
Além da prisão de Vorcaro, a operação resultou no afastamento de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, por decisão judicial válida por 60 dias.
A investigação apura a emissão e negociação de títulos de crédito falsos no sistema financeiro. Segundo a PF, os papéis teriam sido vendidos a outra instituição e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada. A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados.
Em nota divulgada à imprensa, o Atlético-MG SAF informou que a “decisão decorre de fatos de conhecimento público que geraram impedimentos para o exercício regular de suas funções [de Daniel Vorcaro], conforme previsto nas normas internas de governança”.
No comunicado, a SAF também explica que o assento no Conselho de Administração ficará vago, até a realização de nova Assembleia Geral dos Acionistas.
Vorcaro é o terceiro maior acionista da SAF do Atlético-MG, atrás da família Menin, que detém 41,8% do capital, e do clube associativo, que atualmente possui 25% das ações.
