O Atlético-MG prometeu rever os protocolos de segurança da Arena MRV após o jogo de volta da final da Copa do Brasil, disputado no último domingo (10), ter terminado com arremessos de bombas, copos e outros objetos, além de uma tentativa de invasão do gramado por parte da torcida da casa. Dentro de campo, o Flamengo venceu por 1 a 0 e, como havia vencido também na ida por 3 a 1, ficou com o título.
A decisão do torneio nacional foi a primeira grande “prova de fogo” do novo estádio atleticano, inaugurado há pouco mais de um ano. No entanto, toda a confusão, que foi relatada na súmula pelo árbitro Raphael Klaus, assim como alguns momentos de arremessos de objetos ainda durante a partida, podem custar caro ao clube mineiro. Entre as punições possíveis estão a perda do mando de campo, a interdição do estádio e uma multa que pode chegar a até R$ 200 mil.
Um dos proprietários da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG, o empresário Rubens Menin, foi às redes sociais para falar sobre o ocorrido na noite desta segunda-feira (11), um dia após o jogo. Entre outras coisas, Menin afirmou que o clube está “atuando junto às autoridades para identificar os infratores, com o suporte das 351 câmeras instaladas”.
O empresário também citou uma “grande tristeza” com as cenas e que o clube não medirá esforços “para garantir que a Arena MRV seja um espaço absolutamente seguro para torcedores, profissionais e atletas”. Por fim, disse que espera que “esse capítulo seja uma exceção na nossa trajetória”.
Vale destacar que o próprio Flamengo emitiu uma nota oficial, também nesta segunda-feira (11), em que cobrou punições aos “responsáveis pelos atos de vandalismo, agressão e selvageria que mancharam a imagem de uma das maiores competições do futebol brasileiro”. Além disso, ainda citou que “infelizmente, o cenário de guerra visto ontem não é uma novidade em jogos realizados em Belo Horizonte, contra a equipe do Atlético Mineiro”.
Consequências
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já denunciou o clube mineiro pelas ações dos torcedores. O documento conta com 17 páginas e foi ilustrado com imagens das cenas de violência. Os procuradores Paulo Dantas, Mariana Andrade Rabelo, Eduardo Araújo e João Marcos Siqueira citaram o arremesso de quatro bombas ao campo durante a partida, entre elas uma que atingiu o fotógrafo Nuremberg José Maria, que foi ferido no pé e precisou passar por uma cirurgia.
Ainda foi citado o fato de torcedores terem apontado um laser nos olhos do goleiro Rossi, do Flamengo, ao longo do jogo, como um “fato que corrobora a incapacidade da organização em garantir a segurança da partida”.
Por fim, o documento também fala sobre a tentativa de invasão por parte de uma pessoa logo após o gol do Flamengo, já no fim do segundo tempo, além da tentativa de invasão por um grupo maior de torcedores do Atlético-MG após o apito final.
“As gravíssimas falhas do clube mandante ao não prevenir e conter imediatamente os atos de violência e de enorme desordem […] corroboram a existência de risco concreto, que somente será afastado quando houver a comprovação da tomada de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinárias necessárias para fins de manutenção da segurança do estádio”, destacou a denúncia.
O documento será analisado pelo presidente do STJD, Luis Octavio Veríssimo, mas ainda não há uma data para o julgamento. Até lá, a Procuradoria quer que a Arena MRV seja interditada e que o Atlético-MG faça seus jogos como mandante em outro estádio, sem público.
O clube pode ser punido nos artigos 211 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A multa pode chegar a até R$ 200 mil, além da perda do mando de campo por até dez jogos. O artigo 211 cita também a interdição do estádio.