O Barcelona anunciou lucros de € 98 milhões em 2021/2022 e prevê que fará outros € 271 milhões na temporada atual. O anúncio é um alento para um time com dívidas paralisantes, que obrigaram o clube a atrasar o registro de todas as contratações desta temporada.
O time da Catalunha superou a restrição de gastos liberando financiamento por meio das chamadas “alavancas econômicas”, que envolveram a venda de ações de direitos de TV futuros e sua unidade de produção de conteúdo.
O acordo para vender 10% dos direitos domésticos de TV para a empresa de investimento global Sixth Street valeu mais de € 200 milhões e foi concluído antes de 30 de junho, que era o prazo para o último exercício financeiro. Isso proporcionou melhora nas receitas de 2021/2022.
Depois, em julho, o Barcelona vendeu mais 15% de seus direitos de transmissão para competições espanholas para a Sixth Street por mais de € 300 milhões. Além disso, obteve mais financiamento por meio da venda de participação de 49% no Barça Studios em duas transações separadas, levantando um adicional de € 200 milhões.
Isso deu ao clube a margem financeira, sob as regras da LaLiga, para registrar todos os seus novos jogadores.
Finanças precárias
O clube divulgou que seu Conselho de Administração encerrou o ano fiscal com um faturamento de € 1,017 bilhão. É a primeira vez que o Barcelona fecha o balanço com lucro desde o início da pandemia.
Os números mostram uma reviravolta significativa em relação à temporada anterior, quando o Barça fechou com perdas de mais de € 400 milhões e não conseguiu registrar um novo contrato para Lionel Messi, que foi obrigado a se transferir, de forma gratuita, para o PSG.
A LaLiga alertou que o Barcelona, que fez muitas contratações na janela de transferências do verão europeu, precisaria cortar ainda mais os gastos.
“O limite [de gastos] do Barcelona é de € 656 milhões, e eles precisavam desse valor total. Por isso, ainda estavam registrando jogadores no último minuto”, disse Javier Tebas, presidente da LaLiga.
Apesar da venda de ativos e do registro de todos os atletas, a situação financeira do Barcelona ainda é bastante precária.
“Sem a venda de ativos, [o limite de gastos] pode não ser tão alto na próxima temporada. Eles podem ter que reduzir sua folha salarial, vender jogadores ou até [ter que vender mais] ativos. Acho que [o vice-presidente do Barcelona, Eduard] Romeu disse que eles precisam de cerca de € 400 milhões e pouco. Mas eles sabem tudo sobre isso. Será difícil para eles manterem [o novo limite] na próxima temporada”, afirmou Tebas.