Caixa condiciona venda de terreno para estádio do Flamengo à viabilidade financeira

A Caixa Econômica Federal iniciou estudo de viabilidade econômica para a venda de terreno na região do antigo gasômetro (atual Porto Maravilha) para o Flamengo, que pretende construir seu estádio naquele espaço de 86 mil metros quadrados.

“A Caixa administra e faz a gestão de um fundo imobiliário que é proprietário daquele terreno. Então, existe um interesse do Flamengo em estar fazendo alguma transação imobiliária para que a gente venda o terreno e eles construam o estádio lá”, explicou Daniella Marques, presidente da Caixa Federal, em entrevista à Jovem Pan.

“Conversei com o presidente [Jair Bolsonaro] sobre isso. Ele me perguntou. Eu pedi estudos de viabilidade técnica e financeira dentro da governança do banco”, acrescentou a executiva.

A avaliação é que o terreno custe ao menos R$ 400 milhões, já que está localizado em uma área valorizada. A localização privilegiada: fica próximo à rodoviária Novo Rio, no caminho dos aeroportos Santos Dumont e Galeão e com fácil acesso pelas vias expressas da cidade.

O projeto do Flamengo é construir um estádio para 70 mil a 80 mil pessoas. Para viabilizar financeiramente o espaço, também é possível que o clube inclua outras possibilidades de arrecadação, como centro comercial, escritórios, shopping center e estacionamento.

Viabilidade econômica

Dependendo do projeto apresentado, com viabilidade econômica de pagamento da dívida pela aquisição do espaço, o Flamengo pode conseguir o terreno para a construção de seu estádio próprio.

“Obviamente, o banco tem atuado como gestor desse fundo, que está no Porto Maravilha. Existe um engajamento grande e um interesse financeiro do banco em todos os projetos de revitalização daquela região do porto no Rio de Janeiro”, afirma Daniella, que assumiu a presidência da Caixa no início de julho, após o afastamento de Pedro Guimarães, que ocupava o cargo, por causa de denúncias de assédio moral e sexual.

Além do terreno da Caixa, o Flamengo também tem intenção de adquirir área anexa que pertence às Forças Armadas.

“Já foram pedidos os estudos de viabilidade. A gente vai acelerar. Tem um outro terreno perto, das Forças Armadas, que parece que ele [Flamengo] engajou. Eu recebi o presidente do Flamengo e alguns assessores na semana passada. Mas tem que ver a viabilidade técnica e financeira”, afirmou a executiva do banco.

Venda garantida?

Apesar de a presidente da Caixa condicionar a venda do terreno para o Flamengo à viabilidade econômica de o clube conseguir pagar pelo bem, o próprio presidente Jair Bolsonaro já garantiu publicamente que a área será vendida ao Rubro-Negro.

“Como é que estaria a negociação do terreno da Caixa, que é o gasômetro do Rio de Janeiro, para o Flamengo que quer construir seu estádio de futebol? Tratamos desse assunto. Liguei agora há pouco para o comando do Exército brasileiro, que vigia o gasômetro. Se for o caso, entra no pacote”, afirmou Bolsonaro.

“Vamos atender o Flamengo. O estudo de viabilidade está bastante avançado, o nosso do Exército começa agora. Sem intermediários. Se aparecer o prefeito falando qualquer negócio está mentindo”, acrescentou o presidente.

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