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Clubes peitam Flamengo e distribuição de receita da Libra pode ir à Justiça

Rubro-Negro mandou notificação extrajudicial à Globo e a bloco de times reivindicando mais verba do pay-per-view

Flamengo comemora gol contra o Grêmio pelo Brasileirão - Gilvan de Souza/Flamengo

Flamengo comemora gol contra o Grêmio pelo Brasileirão - Gilvan de Souza/Flamengo

A divisão de receita da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) no Campeonato Brasileiro 2025 pode ir parar na Justiça. O Flamengo reivindica uma parcela maior, que representaria um aumento de R$ 23 milhões no contrato que foi assinado pelo clube com a Globo em 2024, ainda na gestão de Rodolfo Landim.

Desde que era candidato a presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, reclamava que o contrato para o novo ciclo (2025-2029) fazia com que o time carioca perdesse cerca de R$ 100 milhões por temporada, no comparativo ao que recebia até o Campeonato Brasileiro de 2024.

Como forma de compensar parcialmente essa perda, o Flamengo questiona os critérios de distribuição de receita com o pay-per-view (PPV), o que aumentaria seus ganhos.

Por conta disso, o clube enviou uma notificação extrajudicial à Globo e a à Libra buscando essa alteração tão logo houve o pagamento de parcela do PPV pela emissora, que detém os direitos de TV, em todas as plataformas, para os jogos das equipes da Libra como mandante. O envio da notificação extrajudicial foi noticiado pelo UOL e confirmado pela Máquina do Esporte.

Assembleia

Em Assembleia realizada no último dia 26 de agosto, porém, os demais clubes da Libra, incluindo os outros oito que jogam a Série A do Brasileirão (Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória), votaram contra a redistribuição de receita. Apenas o Flamengo foi a voz dissonante no encontro.

O argumento dos dirigentes dos demais clubes é que, para o Flamengo aumentar sua fatia do bolo, os outros times perderiam uma verba que já consta em suas respectivas previsões orçamentárias.

Para contemporizar, houve dirigentes que aceitaram discutir a distribuição de receita para 2026, em busca de um entendimento. Pelo acordo da Libra, 40% da receita do bloco de times é distribuída de maneira igualitária, 30% por performance e 30% por audiência. É justamente esse último critério que o Flamengo questiona, afirmando que também perdeu receita nesse quesito.  

Entre os dirigentes, já há um temor de que o caso vá parar na Justiça, mesmo diante do fato de o Flamengo ter acabado de assinar um contrato de patrocínio máster com a Betano, que lhe garante R$ 268 milhões por temporada, uma verba significativamente maior do que a reivindicada pelo clube à Libra.

Entendimento

Em julho, em entrevista à Flamengo TV, Bap já havia afirmado que não aceita uma divisão de receitas mais igualitária, um preceito seguido pelas principais ligas nacionais de futebol do planeta, como a Premier League e a LaLiga.

“Sabe quando que eu vou aceitar que eu receba no máximo 3,5 vezes a mais do que quem é pequeno? Nunca. Nunca não vai acontecer esse acordo nestas condições”, afirmou o dirigente, que não assinou um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) que vinha sendo discutido entre os times da Libra e da Liga Forte União (LFU), bloco de clubes que congrega os demais 11 times da Série A.

“Isso é um processo de desapropriação de um ativo que é nosso”, reclamou o dirigente.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, o MOU, que busca unificar as pautas de Libra e LFU, permanece em discussão entre os dirigentes. No entanto, além da oposição do Flamengo, um acordo entre os times ainda está longe de acontecer.