Com a oficialização da transferência de Neymar para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o brasileiro se tornou o jogador que mais movimentou dinheiro na história do futebol. Pelos direitos federativos do atacante, o PSG receberá € 100 milhões.
Com isso, Neymar terá movimentado € 410 milhões em transferências ao longo da carreira. Ele ultrapassa (por muito) o belga Romelu Lukaku, atualmente no Chelsea, que gerou um montante de € 333 milhões em suas trocas de clube.
“O Al-Hilal é um clube gigante, com torcedores fantásticos, e é o melhor na Ásia. Isso me dá uma sensação de que é a decisão certa para mim, no momento certo, com o clube certo. Eu amo ganhar e marcar gols, e planejo continuar fazendo isso na Arábia Saudita com o Al-Hilal”, afirmou Neymar, após assinar contrato com o time saudita no tradicional Hotel George V, em Paris.
Líder em movimentação financeira com suas transferências, Neymar, ao contrário de Lukaku, realizou poucas trocas de clube ao longo da carreira. A ida ao time da Arábia Saudita é apenas a terceira mudança de endereço feita pelo jogador. Ou seja, em média, cada time que contratou Neymar gastou € 136,66 milhões.
Lukaku, por sua vez, passou sete vezes por esse processo, tendo atuado por Anderlecht, Chelsea (duas passagens), West Bromwich, Everton, Manchester United e Internazionale (duas passagens). Na média, cada clube que quis contar com o belga no elenco gastou € 47,57 milhões.
Glória
Após se destacar no Santos e se tornar o principal jogador da seleção brasileira, Neymar se transferiu para o Barcelona em uma intrincada negociação de € 88 milhões. À época, o brasileiro formou um ataque dos sonhos com Lionel Messi e Luis Suárez.
O trio conquistou a Champions League em 2015, com Neymar tendo se tornado importante naquela conquista. Foi um dos artilheiros da competição, com 10 gols, ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo, os protagonistas do futebol mundial na ocasião.
Para se habilitar como candidato ao The Best, o prêmio da Fifa de melhor jogador da temporada, Neymar decidiu abandonar uma bem-sucedida carreira no Barcelona. No time da Catalunha, ele jamais conseguiu superar Messi como jogador principal.
Fracasso
O desafio parecia interessante: conduzir o PSG, um dos clubes novos-ricos do futebol europeu, ao primeiro título da Champions League. Com isso, Neymar se candidataria ao título de melhor jogador da temporada. Pelo jogador brasileiro, o time parisiense aceitou despender uma quantia recorde de € 222 milhões.
O problema é que Neymar jamais foi o protagonista na França. Desde o início, dividiu as atenções com Kylian Mbappé, contratado junto ao Monaco na mesma janela de transferência. Pior: sofreu com seguidas lesões e jamais conseguiu completar uma temporada com mais de 31 jogos.
Na seleção brasileira, passou pelos fiascos nas Copas do Mundo de 2018 e 2022, com as eliminações para Bélgica e Croácia, respectivamente. Na Rússia, em 2018, o fiasco veio acompanhado pela fama de cai-cai, que virou meme nas redes sociais do mundo todo.
Pior aconteceu no PSG. O time francês, apesar do forte investimento de Nasser Al-Khelaifi, bilionário do Catar e dono da equipe, colecionou seguidos fracassos na Champions League. A melhor participação do PSG aconteceu em 2020, quando acabou derrotado na final para o Bayern de Munique por 1 a 0, gol de Kingsley Coman.
Conflito
Não era segredo para ninguém: havia desavenças claras entre Neymar e Mbappé, as duas principais estrelas do PSG, que foram gradativamente se distanciando. Enquanto o brasileiro era visto em brincadeiras com os amigos, badalações e festas, o francês pedia seriedade e exigia ser o protagonista do time.
O novo fracasso do PSG na Champions League, na última temporada, deixou as feridas ainda mais abertas no elenco. Foi a gota d’água para a saída de Neymar e, possivelmente, de Mbappé, que poderá sair de graça do PSG, gerando um grande prejuízo financeiro para o time francês, que o contratou em definitivo em 2018, por € 180 milhões.
Mbappé jogou uma temporada no PSG por empréstimo, justamente quando Neymar também chegou à equipe, fazendo com que o clube tivesse que fazer uma intrincada engenharia financeira para não violar as regras do Fair Play Financeiro da Uefa.
Puma
No Al-Hilal, Neymar vestirá uma camisa da Puma, parceira comercial de material esportivo do atacante. A marca alemã ingressou neste ano como fornecedora do time saudita, de olho em explorar o alcance global que teria uma equipe que já havia feito grandes investimentos na janela de transferências.
Antes do brasileiro, o Al-Hilal, considerado o time mais popular da Arábia Saudita, já havia contratado nomes como o zagueiro Kalidou Koulibaly (Chelsea), o volante Rúben Neves (Wolverhampton), o meia Sergej Milinkovic-Savic (Lazio) e o ponta-direita Malcom (Zenit). O time já contava também com outro brasileiro no elenco, o ponta-esquerda Michael, ex-Flamengo e Goiás.