Uma reunião em São Paulo, na manhã desta terça-feira (3), deve oficializar a criação da Libra S.A., empresa que será responsável, em tese, pela organização da Liga de Clubes brasileiros. A criação da sociedade anônima faz parte do passo mais incisivo dado pelos clubes para criar a liga que represente pelo menos a Série A do Brasileirão. Mas isso não significa que ela atingirá seus propósitos.
A reunião desta terça-feira (3) foi convocada pelos cinco clubes paulistas que disputam a Série A (Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo) e o Flamengo. As seis entidades estão, hoje, politicamente isoladas na discussão sobre uma liga de clubes.
Na carta-convite endereçada aos 20 clubes da Série A, publicada pelo site Ge, os seis “anfitriões” do evento argumentam que “a participação de todos os clubes seria extremamente relevante para compor o quadro dos clubes pioneiros na implantação desse projeto, figurando como fundadores da Libra”.
A agilidade para a criação da liga reforça o racha que existe atualmente entre os clubes.
Os paulistas e o Flamengo têm o apoio da Codajas Sports Kapital (CSK), grupo liderado pelo advogado Flavio Zveiter e que tem o banco BTG como captador de investidores para a liga. A formatação da empresa ajudaria a mostrar a possíveis interessados na aquisição de uma fatia da entidade que o projeto terá futuro.
Do outro lado estão, a princípio, 12 clubes que disputam a Série A: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Fluminense, Goiás e Juventude. São os dez fundadores do Forte Futebol mais Atlético-MG e Fluminense, que ficaram do lado dos dez na discussão sobre o contrato das placas de publicidade no gramado do Brasileirão.
Não há a garantia de que todos os clubes terão interesse em se associar à Libra. O Forte Futebol, desde o princípio, afirmou que não aceitaria participar de qualquer liga que não tivesse divisão igualitária de receita. Isso é o que gerou até agora o maior impasse para a formação da entidade, mesmo sem ela ter ainda qualquer produto para ser comercializado, já que todos os direitos comerciais do Brasileirão estão vendidos até 2024.
Na carta-convite, os seis clubes tentam amenizar essa discussão. Segundo eles, a ideia do encontro desta manhã é de que as entidades assinem para se tornarem sócias da Libra S.A., mas sem ceder os direitos comerciais a ela neste primeiro momento.
O nome Libra Administração e Participações S.A. já está registrado na Junta Comercial de São Paulo. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa foi constituída em 17 de fevereiro, mas ainda não tem CNPJ nem registra quem são os componentes do quadro societário. A previsão para início das atividades da Libra é 15 de maio, conforme o registro da Junta.
A liga de clubes está próxima de ser criada, porém isso não significará, na prática, que ela representará as equipes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, nem mesmo que ela responderá pela venda comercial do torneio.