O Corinthians vai aproveitar o jogo do time masculino nesta quarta-feira (10), diante do Athletico-PR e válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, para convocar a torcida para a final do Brasileirão Feminino A1.
Na partida decisiva das “Brabas” será diante do Cruzeiro, no próximo domingo (14), a partir das 10h30 (horário de Brasília), na Neo Química Arena, em São Paulo (SP).
O Corinthians masculino entrará em campo diante do Furacão, às 21h30 (horário de Brasília), trazendo estampado na parte inferior frontal da camisa a frase “Invasão Pelas Brabas”.
O objetivo da campanha é impactar o maior número de torcedores do clube. A venda de ingressos para a decisão do Brasileirão Feminino teve início na terça-feira (9).
Na final da edição de 2024 do campeonato, em que o Corinthians derrotou o São Paulo, a Neo Química Arena bateu recorde de público na América do Sul para uma partida oficial de futebol feminino, com 44.529 torcedores presentes.
Relação complexa
Nos últimos anos, os times masculino e feminino do Corinthians têm experimentado situações muito distintas.
Enquanto as mulheres conquistaram seis das últimas sete edições do Brasileirão realizadas entre 2018 e 2024 (só não foram campeãs em 2019), no mesmo período os homens se afundaram em uma seca de títulos, não raramente flertando com a zona do rebaixamento.
Em 2025, o jejum da equipe masculina foi enfim rompido, com a conquista do Paulistão da Série A1, diante do arquirrival Palmeiras.
Se hoje os homens do Timão estão engajados em convocar a torcida para a final estrelada pelas mulheres, houve momentos em que os elencos masculino e feminino estiveram em rota de colisão.
Um exemplo notório envolveu a contratação do treinador Cuca, em 2023, para o comando do time masculino.
À época, a imprensa e as redes sociais resgataram com força a condenação do técnico por um crime sexual ocorrido em Berna, na Suíça, em 1987.
O elenco feminino do Corinthians se posicionou publicamente contra a presença de Cuca no clube. Diante da forte repercussão negativa, o treinador optou por pedir demissão, após comandar o time masculino em apenas dois jogos.
A situação gerou tensão interna no clube, já que os jogadores homens apoiavam a permanência do técnico.
Naquele mesmo ano, o Tribunal Regional de Berna-Mittelland decidiu anular a condenação, por questões formais, já que Cuca não respondeu ao processo, à época em que o julgamento ocorreu.
Mais recentemente, atletas do time feminino do Corinthians enfrentaram atrasos no pagamento das premiações relativas às conquistas do Paulistão e da Copa Libertadores de 2024.
Em agosto deste ano, ao tomar posse em definitivo como presidente do clube, Osmar Stabile afirmou que a dívida com as jogadoras do elenco atual havia enfim sido paga.
Vale lembrar que, no primeiro semestre de 2025, pelo menos seis jogadoras que deixaram o clube resolveram acionar a Justiça, por conta de atrasos no parcelamento dessa premiação.