O Corinthians prepara uma mudança na regra de pontuação do Fiel Torcedor. O objetivo é utilizar a tecnologia de biometria facial, implementada recentemente na Neo Química Arena, para desencorajar a prática de sócios que compram ingressos apenas para manter a pontuação no programa, mas não comparecem aos jogos no estádio.
Em entrevista à Máquina do Esporte no Sports Summit, realizado na semana passada, em São Paulo (SP), Vinicius Manfredi, superintendente de marketing do clube, explicou que a adoção da biometria facial ajudou o Corinthians a reduzir drasticamente a atividade de cambistas e a entender por que o número de ingressos vendidos não era compatível com a quantidade de lugares vazios no estádio.
“A gente estudou que, nos últimos jogos antes da [adoção da biometria] facial, mais de 10 mil ingressos foram vendidos nos três primeiros cortes e, quando entrou a tecnologia, quando começou a funcionar, isso virou 3 mil [ingressos]”, comentou o executivo, que participou de debate no Sports Summit, em São Paulo.
Segundo ele, essa prática prejudica a lógica do produto, já que novos associados encontram dificuldades para conseguir ingressos ou têm acesso apenas aos setores mais caros, e com menor demanda, da Neo Química Arena.
Para tentar resolver esse problema, o Corinthians criou um novo modelo que terá três níveis de pontuação. O torcedor que adquirir o ingresso receberá a pontuação da compra.
“Se ele girar a catraca, ele ganha um ponto adicional”, enfatizou Manfredi.
Também haverá uma opção de devolução do ingresso para o clube poder revender dentro de uma janela de tempo que será estipulada. Nesse caso, o torcedor mantém o ponto da compra e receberá um “cashback ainda a ser definido”.
No entanto, haverá uma penalidade para quem não comparecer e não utilizar o sistema de devolução.
“Se o torcedor comprar, não for e não avisar, ele zera o ponto”, explicou.
O diretor de marketing do clube também destacou que o objetivo é melhorar a ocupação real e a atmosfera dos jogos do Corinthians em casa.
Gestão
O superintendente de marketing também comentou o impacto das crises políticas vividas pelo Corinthians neste ano. Segundo Manfredi, uma das primeiras ações após seu retorno ao cargo foi alinhar com a presidência a importância da reputação para os negócios e organizar um evento com todos os patrocinadores no centro de treinamento (CT) do clube.
“O primeiro movimento que a gente fez foi trazer todos os patrocinadores para um evento no CT para apresentar a eles todos os poderes políticos, inclusive do clube e a parte profissional executiva e de marketing, para eles entenderem que, por mais que a gente estivesse passando por um momento muito difícil, existia um alinhamento e o objetivo de fazer a instituição andar de maneira responsável”, explicou o executivo.
Outra medida em desenvolvimento é o processo de compliance para a homologação de agências que o departamento de marketing do Corinthians vem fazendo para criar um “ambiente fértil e seguro”, além de mais transparente para o mercado.
“A gente está amadurecendo uma homologação de agências que vão poder trabalhar junto com o clube perante o mercado, já que talvez uma das principais dores que ocasionou toda essa crise veio de uma intermediação”, destacou Manfredi.
Camisa 3
A terceira camisa do Corinthians para esta temporada, que faz parte da linha Total 90 da Nike, pertence a um projeto global da marca. O modelo, que remete a um leiaute do início dos anos 2000, coloca o Corinthians no mesmo patamar de alguns dos principais clubes patrocinados pela marca no mundo.
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Manfredi também destacou o sucesso comercial da camisa, que alcançou números ainda maiores em relação ao modelo “All Black” da temporada passada.
“Os números de venda [da terceira camisa de 2025] são maiores do que os da All Black, que foi um sucesso total no ano passado”, finalizou.
