O Coritiba anunciou que entrou com um pedido de recuperação judicial. A ideia é equalizar o pagamento das dívidas do clube, que hoje chegam a R$ 114,2 milhões, segundo a diretoria. Por causa das dívidas, o time paranaense, que retorna neste ano à Série A do Brasileirão, fechou parceria com a XP Investimentos, que trabalhou na estruturação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) de Botafogo e Cruzeiro.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Coritiba, Juarez Moraes e Silva, criticou a falta de união entre os times do Brasil, o que tem prejudicado a realização de projetos conjuntos.
“O futebol brasileiro está subvalorizado diante daquilo que representa no futebol global. Basicamente pela desunião dos clubes. Os clubes não tiveram a capacidade de replicar aquilo que consolida o futebol na Europa e nos Estados Unidos, que é a criação de uma liga. Também acreditamos que isso já esteja sendo discutido no Brasil há décadas e ainda não se efetivou essa união”, lamentou o dirigente.
O Coritiba integra os dez clubes de menor poder econômico da Série A do Brasileirão que criaram o grupo Forte Futebol no mês passado. A ideia é que, juntos, esses times tenham poder de barganha nas discussões sobre a criação da liga brasileira. Também fazem parte do grupo América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.
Sobre a dívida, a ideia é que, com o pedido de recuperação judicial, o Coritiba possa chegar fortalecido para discutir a venda da SAF em boas condições para conseguir um parceiro.
“Com a lei da Sociedade Anônima do Futebol, desde agosto do ano passado, a gente tem a oportunidade de acelerar esse processo e trazer para o Brasil os modelos exitosos do resto do mundo. Para isso, os clubes têm que se reestruturar. Foi isso que o Coritiba fez desde o primeiro dia da nossa gestão: fazer reestruturação da governança, buscando uma excelência de gestão, capacitação de seus recursos humanos, mas também tratar a dívida e, também se enquadrando na SAF, buscar o investidor”, contou Moraes e Silva.
“Esse é o modelo que o Coritiba pretende adotar. Primeiro, tratar bem da dívida, reenquadrando e equacionando. E, segundo, porque vai implicar na valorização do próprio negócio do Coritiba, de buscar o investidor que não venha apenas pelo cheque, mas também pela questão estratégica de fazer com que o Coritiba se fortaleça e se desenvolva. Esse é nosso objetivo e é o modelo que a gente pretende buscar“, acrescentou o dirigente.