O Coritiba teve o plano de recuperação judicial aprovado na Assembleia Geral de Credores, realizada nesta quarta-feira (24). A proposta teve aprovação da maioria dos credores em todas as classes e segue para homologação do juiz responsável pelo processo.
O clube soma uma dívida de R$ 260 milhões, e o plano aprovado é a alternativa que melhor se apresenta para manter as atividades do clube e equacionar suas obrigações.
Passo para a SAF
Em comunicado, o Coritiba divulgou que “a aprovação do plano de recuperação judicial representa mais um importante passo do nosso projeto de reestruturação. Junto com a constituição da SAF [Sociedade Anônima do Futebol] e a busca por um investidor estratégico, o clube garante condições de se reequilibrar economicamente”.
“A aprovação do plano é resultado de um grande esforço feito pelo clube e pelos credores, principalmente os trabalhistas. O desafio agora é implementar o plano na maior brevidade possível para que o Coritiba retome e amplie seu papel relevante no futebol brasileiro”
Coritiba, em nota oficial
Há duas semanas, em entrevista à Máquina do Esporte, Lucas Pedrozo, head administrativo e financeiro do Coritiba, falou sobre a estratégia do clube paranaense para se reequilibrar financeiramente por meio da adesão ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
“Durante a pandemia, surgiu o Perse, que ofereceu prazo e desconto melhor do que o Profut. Saímos do Profut e entramos no Perse, que reduziu a dívida fiscal entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões. Reduzimos o total para cerca de R$ 100 milhões”, contou Pedrozo.
“Isso melhorou o fluxo de pagamentos e o fluxo de caixa porque também as parcelas são menores”, acrescentou o executivo.
Reequilíbrio financeiro
Desde o início da gestão atual, assumida em meados de 2021, o Coritiba vem tentando implementar medidas de gestão e controle de custos para tentar o reequilíbrio financeiro. O plano de recuperação judicial visa adequar as dívidas do time à sua geração de caixa no curto, médio e longo prazo.
Além disso, a criação da SAF, chancelada pelos sócios do Coritiba, com 95,47% de aprovação na Assembleia Geral dos Sócios do final de 2021, e a busca por um investidor complementam as medidas em busca da reorganização financeira.
“Queremos ter alguém com a mesma preocupação de pagamento da dívida, um parceiro que queira fazer um projeto sustentável a longo prazo, que tenha vontade de formar jogadores, busque ganhos esportivos e crescimento da torcida, e respeite as tradições do clube”, enumerou Pedrozo.
Nesse processo de reestruturação de gestão, o Coritiba contratou a consultoria Alvarez & Marsal e o escritório Lollato, Lopes, Rangel e Ribeiro Advogados para ajudar nos trabalhos.