A crise no setor de criptomoedas parece não ter mais fim. Na última semana, o Amber Group, sediado na Ásia e considerado um dos gigantes globais desse mercado, anunciou uma nova onda de demissões, que vem acompanhada de cortes em investimentos ao redor do mundo. Em setembro, a empresa já havia reduzido o quadro de funcionários em 10%.
A crise do Amber Group deve deixar ainda mais conturbado o ambiente financeiro do Chelsea, que recentemente passou por uma troca de dono, com a saída de Roman Abramovich por conta das sanções à Rússia, em meio à guerra na Ucrânia.
O Amber Group é proprietário da WhaleFin, que detém um contrato de patrocínio com o clube inglês estimado em £ 20 milhões ao ano. Por esse valor, a fintech tem o direito de estampar sua marca na manga esquerda das camisas de jogo dos times masculino e feminino do Chelsea.
Entenda a crise
Um relatório divulgado pelo site Bloomberg apontou que o Amber Group já teria iniciado o processo para encerrar o contrato, além de cortar outros custos, concentrando seu foco no setor de varejo. A empresa também está se mudando de Singapura para um escritório mais barato em Hong Kong, com vários funcionários sendo instruídos a trabalhar em casa.
O Amber Group foi fundado em 2018 por ex-traders do Morgan Stanley e levantou US$ 200 milhões em fevereiro deste ano, fazendo o valor de mercado da empresa chegar a US$ 3 bilhões. Com a crise do setor de criptoativos, agravada pela falência da FTX, a empresa desistiu de realizar uma nova captação de US$ 100 milhões em setembro, condição vista como fundamental para manter a avaliação do grupo no mesmo nível.
Para piorar, um de seus cofundadores, Tiantian Kullander, faleceu de maneira inesperada recentemente, situação que ajudou a tornar ainda mais turbulento o momento da empresa, que, ainda assim, segue como uma das principais plataformas de criptomoedas do mundo, com um volume negociado que ultrapassa US$ 1 trilhão.
Atlético de Madrid
Além do Chelsea, a WhaleFin também patrocina o Atlético de Madrid, em um acordo de € 42 milhões anuais, em que a empresa tem o direito de ocupar o espaço principal da camisa do clube pelos próximos cinco anos. Não está claro se as dificuldades financeiras do Amber Group afetarão o acordo com a equipe da LaLiga.
O fim da parceria com o Chelsea é mais um caso de contrato esportivo que acabou sendo atingido pela crise do mercado de criptomoedas. A falência da FTX, por exemplo, levou ao rompimento da parceria da empresa com o Miami Heat, da NBA. Já a Internazionale tentou rescindir o acordo de patrocínio de camisa da empresa DigitalBits por causa de atrasos nos pagamentos.