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Depois de polêmica com Ronaldinho, Rexona anuncia “Time da Confiança” em apoio à seleção brasileira

Iniciativa faz parte da campanha "Torcida Que Não Abandona", que começou na última semana com uma ação que gerou incômodo nos bastidores da equipe

Rexona anunciou "Time da Confiança" como parte da campanha em apoio à seleção brasileira na Copa América 2024 - Divulgação

Depois de criar uma polêmica envolvendo Ronaldinho Gaúcho e a seleção brasileira, a Rexona revelou uma nova etapa de sua campanha em apoio à equipe verde e amarela. A marca, que pertence ao portfólio da Unilever e é patrocinadora da Copa América 2024, anunciou o “Time da Confiança”, grupo de embaixadores que terá a missão de aumentar a conexão entre os torcedores e o Brasil.

A ação faz parte da campanha “Torcida Que Não Abandona”, que conta com uma série de iniciativas que têm como objetivo incentivar os torcedores a trazerem a confiança e impulsionarem o Brasil durante a Copa América 2024.

O “Time da Confiança” tem como capitão o jogador da seleção brasileira Vinicius Júnior, do Real Madrid. Anitta, Chico Pedrotti, Fernanda Colombo, Braune, Raquel Freestyle, John Bin, Pedro Certezas e o próprio Ronaldinho Gaúcho completam o grupo.

“Quando a torcida joga junto, essa energia se transforma em raça dentro de campo. Queremos resgatar a força vinda da arquibancada e por isso juntamos um time com potencial de mobilizar milhões de brasileiros a torcerem com confiança nessa Copa América”, explicou Poliana Souza, líder de cuidados pessoais da Unilever Brasil.

Com a campanha, com a qual a Rexona estima impactar 165 milhões de pessoas, a marca tem o objetivo de gerar uma maior conexão emocional com os consumidores que são fãs do esporte.

Tiro pela culatra

Apesar do objetivo da Rexona com a campanha ser resgatar a confiança dos brasileiros na seleção brasileira, o pontapé inicial (que, conforme observou a Máquina do Esporte, adotou a mesma estratégia utilizada pela Fatal Model no Vitória para obter repercussão e engajamento) teve o resultado oposto. Como tentativa de gerar impacto, a marca criou uma situação falsa envolvendo Ronaldinho Gaúcho, campeão mundial com a seleção brasileira em 2002.

Em suas redes sociais, como parte da campanha, o ex-jogador publicou um texto, em que dizia estar revoltado com a situação atual da equipe e que não acompanharia o Brasil na Copa América. A publicação gerou grande repercussão, tanto em veículos jornalísticos quanto entre os torcedores e fãs de Ronaldinho.

O objetivo de chamar atenção, portanto, foi concretizado, mas de maneira negativa. A publicação gerou também uma chuva de comentários de torcedores apoiando a suposta indignação de Ronaldinho com o time brasileiro, criando um efeito contrário ao proposto pela campanha.

Na avaliação de Marcos Bedendo, professor de branding e marketing da ESPM, a estratégia utilizada pela Rexona para iniciar a campanha foi extremamente infeliz.

“Os consumidores estão cansados desses ‘truques’ de marketing, que são frequentemente percebidos como antiéticos. São táticas que desconsideram a comunidade e suas discussões, e tentam se apropriar delas para divulgar um produto ou serviço”, escreveu o especialista, em um artigo.

“Se envolver com comunidades traz muitos resultados. Tem o potencial de fazer com que marcas passem a participar de discussões e das relações sociais dos membros dessas comunidades. Mas não é com ações artificiais e polêmicas, tentando manipular a conversa desse grupo, que marcas conseguem se envolver com ele. Por isso, essa tentativa da Unilever de ‘hackear’ as discussões é mal pensada e antiquada”, concluiu.