Quando ouvimos o nome Desimpedidos, certamente a primeira ideia que vem à mente é algo relacionado às redes sociais. E não é para menos. Afinal, toda sua trajetória foi construída no ambiente digital, a partir do canal no YouTube, criado em 2013.
Nos últimos tempos, porém, Desimpedidos deixou de ser apenas um negócio de mídia, consolidando-se como um movimento, na constante busca para consolidar seu diálogo com a Geração Z.
Sua mais nova empreitada nesse sentido é a participação do time do Desimpedidos na Kings League Brasil, competição de futebol de 7 criada pelo ex-jogador espanhol Gerard Piqué.
O time terá como presidentes duas celebridades do meio digital: o influenciador Tiago Toguro, conhecido por seus vídeos virais relacionados a musculação, e o streamer e ex-jogador profissional de Free Fire Yuri Brida.
Na última semana, a Máquina do Esporte entrevistou Antonio Abibe, CEO da NWB, proprietária do Desimpedidos. Ele explicou a estratégia que move os novos passos da marca.
“Logo quando cheguei à NWB, no ano passado, decidimos que teríamos um time de futebol do Desimpedidos. Inclusive, o documento mencionava a Kings League como uma possibilidade. Percebemos esse movimento forte de gamificação do futebol, que torna a cena relevante para a Geração Z”, explicou o executivo, que revelou ser um fã da liga criada por Piqué.
“Estudamos esse negócio há muito tempo”, disse Abibe. Foi por perceber o potencial da ideia que o Desimpedidos adquiriu os direitos para transmitir a Kings World Cup do ano passado.
Construção das narrativas que engajam o público
Embora o time de futebol do Desimpedidos possa parecer, à primeira vista, um negócio analógico, ele é parte de toda uma estratégia complexa de construção de narrativas midiáticas.
Isto porque, na Kings League, cada passo dado por uma equipe gera conteúdos que engajam o público. A própria escolha dos presidentes seguiu essa premissa. “Toguro e Yuri mobilizam comunidades diferentes, com audiências muito relevantes”, afirmou Abibe.
Etapas como a seleção dos atletas contratados também ajudam a fortalecer essa conexão com os fãs, para além das transmissões propriamente ditas, que seguirão uma estratégia que já demonstrou seu exitosa para o Desimpedidos.
Modelo descentralizado
O modelo de transmissão descentralizado, adotado para a Kings League Brasil, foi outro ponto elogiado pelo executivo. “Talvez esse seja um dos pontos mais modernos de como a liga foi pensada. Tanto que utilizamos esse sistema na Supercopa Desimpedidos do ano passado. Durante os três dias de competição, tivemos 100% dos jogos exibidos ao vivo, em que todos os nove times contavam com ao menos um sinal disponível”, afirma.
O formato difere do adotado pelo futebol tradicional, em que, via de regra, os direitos são negociados por um alto preço com uma empresa de mídia, que passa a deter a exclusividade sobre aquele conteúdo para determinado mercado.
“É evidente que os direitos de mídia tradicionais envolvem a questão econômica, de como o futebol se estruturou”, ponderou Abibe. Por outro lado, na visão dele o modelo descentralizado ajudou a potencializar o alcance da Supercopa Desimpedidos.
Na edição do ano passado, o torneio registrou 257 milhões de views, 305 milhões de impacto, com a participação de direta de mais de 160 criadores de conteúdo, em diferentes redes.
Isto sem contar mais de 200 mil de picos de simultâneos na final, cerca de 15 milhões de engajamentos e 2 milhões de horas assistidas, nas diferentes plataformas.
Mesmo com as transmissões pulverizadas em outros canais, o Desimpedidos obteve números expressivos em sua conta própria no YouTube, incluindo 3.9 milhões de visualizações totais, 850,9 mil de horas assistidas, audiência média de 19 mil aparelhos conectados, com pico de simultâneos de 97,1mil na final, 10% taxa de engajamento e 235 mil mensagens no chat.

“A somatória acaba sendo muito maior do que em um formato centralizado. Com a estratégia de distribuição descentralizada, o produto Supercopa obteve um alcance maior. O mercado recebe bem esse sistema, porque o patrocinador passa a estar presente em diferentes plataformas ao mesmo tempo”, explicou o CEO.
De acordo com ele, a tendência do Desimpedidos será manter esse modelo, inclusive na Kings League Brasil, que poderá ter transmissões feitas a partir das plataformas não apenas dos presidentes, mas até mesmo dos próprios atletas.
A estratégia do time para a competição contará com um profissional dedicado, que ficará responsável por amarrar os conteúdos para a construção da narrativa nas redes.