Dono do Botafogo, John Textor fica perto de comprar o Everton, mas precisa vender participação no Crystal Palace

John Textor quer vender participação no Crystal Palace - Vítor Silva / Botafogo

Dono de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, John Textor está próximo de adicionar o Everton, da Inglaterra, ao portfólio da Eagle Football Holdings, conglomerado multiclubes que também controla o Lyon (França) e o  Molenbeek (Bélgica).  

Para isso, o empresário terá que negociar sua participação de 45% no Crystal Palace, outro time que disputa a Premier League. É esperado que o acordo com Farhad Moshiri, empresário iraniano que é o atual dono do Everton, seja selado até o final da semana.

Textor pagou £ 87,5 milhões por 40% de participação no Crystal Palace em 2021. Posteriormente, aumentou sua participação, mas sem se tornar sócio majoritário do negócio. Segundo a imprensa britânica, há três investidores interessados em comprar a participação do dono do Botafogo no Crystal Palace: um deles seria do Oriente Médio, outro dos Estados Unidos e ainda haveria um terceiro.

Steve Parish, presidente do Crystal Palace, afirmou, na semana passada, em entrevista à BBC, que não impediria Textor de vender suas ações no clube ou adquirir o Everton. Moshiri, por sua vez, quer fechar logo o negócio por causa de problemas no fluxo de caixa e a necessidade de refinanciar a construção do novo estádio do clube até o final do ano.

Em julho, o Friedkin Group desistiu de um acordo de £ 400 milhões que havia sido assinado no mês anterior. Os investidores norte-americanos, que também são donos da Roma, da Serie A, da Itália, assinaram um acordo de exclusividade com Moshiri. No entanto, desistiram do negócio ao examinar o montante das dívidas do Everton.

O Friedkin Group havia liberado £ 200 milhões para o clube de Liverpool, o que incluía a quitação de um empréstimo de £ 158 milhões que havia sido feito com a MSP Sports Capital e mais dois empresários locais. Esse dinheiro não foi pago, mas fez do Friedkin Group um credor do Everton.

777 complica o negócio

O obstáculo intransponível para o Friedkin Group foi o montante de mais £ 200 milhões que havia sido aportado pela 777 Partners, antiga dona da SAF do Vasco. A investidora norte-americana, porém, não conseguiu concluir o acordo por problemas financeiros.

O negócio da 777 Partners havia sido apoiado pela seguradora financeira A-Cap. No entanto, a empresa enfrenta uma ação legal nos Estados Unidos feita pela Leadenhall Capital Partners, empresa de investimentos sediada em Londres.

A Leadenhall acusou a 777 e a A-Cap de fraude financeira, argumentando que a antiga dona do Vasco tomou emprestado centenas de milhões de dólares da Leadenhall e apresentou como garantia ativos que ela já havia usado para a mesma função em outros empréstimos. A Leadenhall argumenta ainda que a 777 usou garantias que não possuía como caução do empréstimo.

Justiça

O imbróglio financeiro fez com que o Everton passasse a depender de uma ação judicial da qual não é parte. Com isso, quem quiser comprar o clube precisa estar preparado para o risco de enfrentar consequências legais do processo que envolve a 777 e a A-Cap.

Essa pendência judicial não desanimou Textor, que ainda busca comprar um clube em Portugal para seu conglomerado. O empresário também já demonstrou interesse em adquirir outro time tradicional da Inglaterra, o Queens Park Rangers (QPR), de Londres, que atualmente disputa a segunda divisão do país.

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