EXCLUSIVO: CEO do Atlético-MG defende grama sintética e sonha em primarizar serviços na Arena MRV

Arena MRV, em Belo Horizonte (MG), é o estádio do Atlético-MG - Reprodução / Instagram (@arenamrv)

Inaugurada em agosto de 2023, a Arena MRV, em Belo Horizonte (MG), já representa uma importante fonte de receitas para o Atlético-MG, graças às bilheterias dos jogos do clube em casa.

Mas Bruno Muzzi, CEO da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Galo, quer avançar ainda mais, de modo a que o estádio possa abrigar os grandes shows e eventos realizados na capital mineira.

Em entrevista exclusiva concedida a Erich Beting, CEO da Máquina do Esporte, o executivo comentou sobre o impacto da Arena MRV nos negócios do Atlético-MG.

“A Arena começou a entrar em operação em agosto de 2023. Então, estamos também com nove meses dela funcionando. Tivemos os primeiros meses praticamente só fazendo jogos, e recebemos três eventos maiores. Foi uma fase de aprendizado total. Hoje, já estamos com uma operação mais estável. O estádio de futebol é tão complexo que, às vezes, você evolui três casas e volta duas, mas acho que a eficiência tem sido constante. As margens da Arena têm se mostrado realmente bastante boas, bastante elevadas”

Bruno Muzzi, CEO da SAF do Atlético-MG

A possibilidade de explorar novas fontes de receitas com o estádio próprio, situação que não existia quando o Galo mandava seus jogos no Mineirão ou na Arena Independência (do América-MG), foi o aspecto mais promissor apontado pelo executivo.

Gramado sintético ou natural?

Muzzi, porém, reconheceu que o Atlético-MG ainda tem um bom caminho a avançar nessa área, inclusive em relação à questão do gramado, de modo a conciliar o futebol a outras atividades, como shows e eventos.

“Ainda tem um dificultador de fazer eventos no campo, em função do gramado. Existe essa discussão de passar para grama sintética ou não. Sempre defendi, desde lá de trás, no início da Arena, que tinha que ser grama sintética, por diversos fatores, e continuo achando isso”, afirmou.

Conhecer o público consumidor da Arena MRV é outro desafio para o Atlético-MG. Nesse quesito, segundo Muzzi, a SAF do Galo já conseguiu avançar.

“Estamos com um projeto praticamente concluído de um data lake [repositório para armazenamento de dados]. Então, já consigo ter hoje, em tempo real, a venda de ingressos da Arena, o que está acontecendo, qual setor está cheio, qual está vazio, qual a precificação. E aí vou conseguir cruzar esses dados com cada torcedor que tiver o perfil de consumo e poder atingi-lo com promoções ou publicidades bem específicas”, explicou.

Primarizar serviços

Um dos sonhos de Bruno Muzzi para a Arena MRV, inspirado em exemplos bem-sucedidos do exterior, como o do Dallas Cowboys, que disputa a NFL, é o da primarização dos serviços dentro do estádio, embora ele próprio reconheça que a ideia é difícil de ser implantada no contexto atual.

“Hoje, a maioria dos serviços prestados dentro da Arena é terceirizado. Então, acho que podemos, aos poucos, ir pensando em primarização. Alguns serviços são bem complexos de se primarizar, como alimentos e bebidas, apesar de haver lugares onde eles são. Esse é um caminho que pode ser pensado, porque aumentaria a rentabilidade, mas requer muito mais maturidade, muito mais gente trabalhando. Aos poucos, nós vamos fazer”, disse Muzzi.

Segundo o executivo, a expectativa é de que o faturamento da Arena MRV alcance R$ 60 milhões neste ano.

“Esperamos chegar à casa dos R$ 100 milhões em breve. Patrocínios vão acontecendo, as publicidades vão aumentando também. A Arena, de fato, é um ativo fundamental para a estratégia do Galo”, finalizou.

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