Conhecido por patrocinar diversas competições esportivas ao redor do Brasil, o Sicoob, que congrega 342 cooperativas de crédito em todo o país, ampliará sua presença no futebol.
A instituição financeira acaba de se tornar a nova patrocinadora oficial das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. A competição terá início no próximo sábado (13), com término previsto para 8 de dezembro.
Em entrevista exclusiva concedida à Máquina do Esporte, o superintendente de estratégia e gestão do Sicoob, Cláudio Halley, explicou sobre os objetivos que movem esses patrocínios. De acordo com o executivo, uma das finalidades desse investimento é garantir maior visibilidade à marca Sicoob.
“O esporte representa um dos maiores palcos que existem no nosso país. O simples fato de nosso nome estar exposto no Campeonato Brasileiro já ajuda a suscitar a curiosidade das pessoas em relação à cooperativa”, disse.
Segundo Halley, os patrocínios esportivos visam também a ampliar os canais de diálogo com o grande público.
“A partir da curiosidade que despertamos com a exibição da nossa marca, temos a oportunidade de poder conversar com as pessoas e explicar a elas como funcionamos e quais os nossos diferenciais”, afirmou.
Trabalho a quatro mãos
Antes de fechar o patrocínio oficial ao Brasileirão, o Sicoob já realizava investimentos na competição. Desde 2019, é comum encontrar anúncios da marca nas placas de publicidade dos estádios, em jogos da primeira e da segunda divisão nacionais. Entre 2020 e 2023, a instituição também fez publicidade em partidas da Série C.
Isso sem contar os investimentos nos Campeonatos Mineiro, Gaúcho, Catarinense, Capixaba, Goiano e Baiano.
No caso específico do Campeonato Mineiro, que se desenrola em um mercado considerado estratégico para a instituição (são mais de 1.300 agências funcionando em Minas Gerais), o Sicoob detém os naming rights da competição.
Embora operem sob o mesmo “guarda-chuva” chamado Sicoob, as cooperativas possuem existência própria e têm autonomia para firmar patrocínios esportivos, incluindo apoio a atletas e competições amadoras ou mesmo a clubes e esportistas profissionais de expressão local.
Um exemplo clássico é o da Chapecoense, que tem como um dos principais patrocinadores de camisa o Sicoob MaxiCrédito, que atua em municípios de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As cooperativas locais estão agrupadas em 14 diferentes federações, de acordo com a região em que estão localizadas. O Sicoob nacional atua, na prática, como uma grande confederação, que reúne todas as instituições do país.
Segundo Halley, os patrocínios de caráter mais regional ou estadual costumam representar um trabalho executado “a quatro mãos”.
“As federações identificam as eventuais oportunidades, e então essa ideia é debatida de maneira colegiada no Sicoob nacional, que ajudará a viabilizar a parceria e até mesmo auxiliar financeiramente no negócio”, revelou.
No caso do patrocínio ao Campeonato Mineiro, por exemplo, o contrato foi construído com as participações de duas federações do Sicoob existentes no estado.
Como será o patrocínio do Sicoob ao Brasileirão
Inicialmente, o Sicoob seguirá apostando na exposição de sua marca nas partidas das Séries A e B do Brasileirão, tal como já vinha fazendo em anos anteriores, inclusive com a presença nas placas de publicidade estática.
A partir de agora, porém, passará a usufruir de alguns benefícios como utilizar o título de patrocinador oficial e a marca da competição em campanhas e produtos, além de poder exibir sua logomarca no backdrop de entrevistas e nas partidas do evento.
“Neste primeiro momento, reconheço que nossas ações ficarão aquém do que gostaríamos de realizar. Nosso grande desafio envolve a questão da organização do futebol brasileiro. Acredito que, na medida em que ela avançar, poderemos dar passos mais sólidos no nosso patrocínio”, afirmou Halley.
O atual contrato de patrocínio ao Brasileirão começou a ser negociado em 2023, mas acabou entrando em compasso de espera devido à recente crise institucional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que trocou três vezes de comando em poucos meses, até o presidente Ednaldo Rodrigues conseguir retornar ao cargo, com respaldo da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar desses contratempos, Halley enxerga boas perspectivas na nova parceria.
“Nossa presença como patrocinadores oficiais ajudará a amplificar nossa visibilidade, para além da exposição nas placas. Esperamos que, avançando nesse status, tenhamos melhores condições de dialogar com o público e explicar o funcionamento e o propósito da nossa instituição”, analisou.
Futebol integra estratégia maior
Halley explicou que os investimentos feitos pelo Sicoob no esporte são parte de uma estratégia maior e mais complexa de comunicação e marketing.
“O futebol é uma das plataformas em que estamos presentes e tem o objetivo de atrair a curiosidade do público”, salientou.
No ano passado, por exemplo, depois de chamar a atenção das pessoas com a exposição da marca nos jogos do principal campeonato do país, o Sicoob utilizou outros espaços de grande apelo popular para dialogar com os potenciais novos cooperados.
Um deles foi a novela “Terra e Paixão”, da Rede Globo. Nesse caso, a instituição procurou ir além do tradicional merchandising, optando por se tornar um elemento relevante na trama.
“No decorrer da história, o Sicoob surgia como parte da solução para problemas que afetavam os personagens”, explicou.
Esse trabalho de comunicação e marketing feito em diversas frentes contou ainda com ações nas redes envolvendo a dupla sertaneja Jorge & Mateus, com vídeos explicando de maneira mais didática o funcionamento do Sicoob.
Segundo Halley, a estratégia tem demonstrado bons resultados para a instituição.
“Nosso número de cooperados cresce de maneira consistente todo ano. Além disso, nossos atributos de marca estão cada vez mais fortes. Na última pesquisa feita pela Organização das Cooperativas Brasileiras, o Sicoob foi o nome mais lembrado pelos entrevistados, dentre todas as cooperativas existentes no país”, ressaltou.