A Fifa recriou seu Comitê Antirracismo, sete anos pós ter encerrado os trabalhos da primeira iniciativa, e colocará o brasileiro Vini Jr., seguidamente vítima de insultos raciais durante jogos da LaLiga, na chefia dos trabalhos da comissão. Também participarão do grupo outros jogadores, que farão sugestões de punições mais rígidas contra os infratores.
“Pedi ao Vinícius para liderar esse grupo de jogadores que vai apresentar punições mais rígidas contra o racismo, que serão posteriormente implementadas por todas as autoridades do futebol ao redor do mundo”, afirmou Gianni Infantino, presidente da Fifa, à agência Reuters.
“Precisamos ouvir os jogadores e o que eles precisam para jogar em um ambiente mais seguro. Queremos fazer um trabalho muito sério sobre isso”
Gianni Infantino, presidente da Fifa
Ações
A recriação do comitê é um reconhecimento da Fifa de que a questão do racismo ainda está longe de ser resolvida nos estádios de futebol.
“Não haverá mais futebol com racismo. Os jogos devem ser interrompidos imediatamente quando isso acontecer. Já chega”, disse Infantino.
O dirigente se encontrou com Vini Jr. na concentração da seleção brasileira, que enfrentará Guiné em um amistoso neste sábado (17), em Barcelona (Espanha). O jogo faz parte de uma campanha contra o racismo promovida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), encabeçada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, que também terá ações na partida contra Senegal, na próxima terça-feira (20), em Lisboa (Portugal).
“Vamos implementar punições muito fortes para acabar de vez com o problema do racismo no futebol. Não podemos mais tolerar o racismo”, comentou Infantino.
Vinícius Júnior comentou o encontro com o mandatário da Fifa e o pedido feito pelo dirigente para chefiar o comitê.
“Infantino veio hoje para mostrar seu apoio e me pediu conselhos sobre quais jogadores acho que deveriam estar no comitê que a Fifa está criando. Acho importante e necessária essa causa”, afirmou o atacante brasileiro.
Histórico
A Fifa criou seu Comitê Antirracismo em 2013, ainda na gestão de Joseph Blatter. No entanto, os trabalhos foram encerrados três anos depois, sem apresentar grandes avanços.
O grupo foi chefiado inicialmente por Jeffrey Webb, vice-presidente da Fifa na época. O dirigente das Ilhas Cayman foi preso em 2015 acusado de corrupção no escândalo do Fifagate. Webb, que está em prisão domiciliar nos Estados Unidos, ainda aguarda sentença da Justiça do país.