Forte Futebol costura aliança com times da Série B e quer melhor distribuição de verba da liga

O Forte Futebol, grupo formado por dez clubes da Série A do Brasileirão, costura uma aliança com a maioria das equipes que disputa a Série B para apresentar uma proposta conjunta para a Libra, liga brasileira criada na última terça-feira (3) com a participação de seis times da elite (Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo).

A ideia do Forte Futebol é que 20% da verba arrecadada nos contratos de patrocínio e direitos de transmissão pela liga sejam direcionados para os times da Série B, sugestão que agradou a vários dirigentes. A proposta que consta no estatuto da Libra é que esses clubes recebam 15% do montante.

Por outro lado, os times da Série A que não aderiram à liga, mantêm reivindicação de que a distribuição da verba do Brasileirão siga modelo semelhante ao da LaLiga, com 50% divididos igualmente por todos, 25% por desempenho no campeonato e 25% por audiência. Também querem garantia, escrita no estatuto, de que o clube com cota maior ganhe no máximo 3,5 vezes mais do que o time com verba menor.

Há entre os dirigentes ouvidos pela Máquina do Esporte uma aceitação de que pode haver um período de transição para esse modelo visto como ideal. É o que defendeu Alessandro Barcellos, presidente do Internacional. No entanto, para os clubes do Forte Futebol, é preciso que esteja claro no estatuto da Libra o tempo que isso levaria. Dependendo do dirigente consultado, há aceitação de que se gaste de três a oito anos até atingir esse objetivo.

Nesta sexta-feira (6), houve movimentação intensa entre os clubes que ainda não aderiram à Libra. Uma reunião por teleconferência, nesta tarde, teve a participação de 14 times da Série A e pelo menos 14 clubes que disputam a Série B.

Estiveram no encontro virtual os dez clubes que integram o Forte Futebol (América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude), os quatro independentes (Atlético-MG, Botafogo, Fluminense e Internacional), além de Bahia, Brusque, Chapecoense, Criciúma, CSA, Guarani, Londrina, Náutico, Novorizontino, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vasco (Série B).

CRB, Grêmio e Vila Nova não tiveram representantes, mas estão próximos a esse grupo. Cruzeiro e Ponte Preta já assinaram adesão à Libra. O Ituano não participou.

O Botafogo mantém diálogo com ambas as partes. O clube depende do investidor John Textor, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), para tomar uma decisão. O Vasco tem estratégia semelhante. O time de São Januário ouvirá o que acha a 777 Partners, que deve comprar a SAF do time, antes de tomar uma posição oficial.

Sport e Guarani lideram as conversas entre os clubes da Série B para que seja tomada uma posição em bloco até a reunião da próxima quinta-feira (12), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), quando se espera que a Libra ganhe mais adesões. A ideia, a princípio, é aderir, mas espera-se uma fatia maior na arrecadação da Libra.

Entre os dirigentes do Forte Futebol há um forte posicionamento de que, se as negociações não avançarem até o dia 12, nem irão à reunião na CBF. Times como Athletico-PR e Fortaleza, líderes do grupo, defenderam o boicote, caso os clubes da Libra não ensaiem alguma aproximação.

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