Principal estrela da área de entretenimento da NWB, Bruno Carneiro Nunes, mais conhecido como Fred, do Desimpedidos, acredita que a Copa do Mundo do Catar 2022 trará um desafio a mais na produção de conteúdo: será um Mundial em que haverá necessidade de se atingir públicos em várias plataformas das redes sociais.
Ou seja, os profissionais envolvidos na cobertura do que estiver acontecendo no Catar terão que ser multitarefas, com capacidade de fazer vídeos longos e interessantes no YouTube, e curtos e divertidos no TikTok ou no Reels do Instagram.
“Acho que a principal diferença da última Copa do Mundo para agora é que a gente tinha um foco um pouquinho maior no YouTube em 2018. Acho que agora ela está muito mais multiplataforma. Então, vamos com foco no YouTube, mas também no TikTok e no Instagram. Aí, entra o formato que entramos agora que é o podcast. Enfim, a gente está se adaptando muito”, contou Fred, à Máquina do Esporte.
Durante o bate-papo, o influenciador digital comentou sobre os projetos para a Copa, a nova parceria com o repórter André Hernan, recém-contratado pela NWB, e de como conciliar suas produções trabalhando no fuso horário do Catar e do Brasil durante o Mundial.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
MÁQUINA DO ESPORTE: Qual será o principal desafio na produção de conteúdo para a Copa do Mundo do Catar? O que esse Mundial se diferencia em relação à Rússia 2018?
FRED: Acho que a principal diferença da última Copa do Mundo para agora é que a gente tinha um foco um pouquinho maior no YouTube em 2018. Acho que agora ela está muito mais multiplataforma. Então, vamos com foco no YouTube, mas também no TikTok e no Reels do Instagram. E entramos agora em um novo formato que é o podcast, que também será produzido no Catar. Enfim, a gente está se adaptando muito.
Estamos planejando alguns conteúdos, mas, na minha visão, a Copa acaba ditando muito, né? E o que acontece é que os resultados interferem nas produções de conteúdo, os personagens que a Copa vai produzindo, sejam os jogadores, torcedores, diretores, técnicos. Enfim, é algo que fica muito aberto. Então, como somos multiplataforma, estamos atentos o tempo todo para que, assim que surja algum personagem, alguma tendência, a gente já embarque.
Essa é a estrutura que estamos preparando lá no Catar. Vamos ter uma estrutura muito grande, uma equipe muito bem-preparada lá. Então, acho que grandes coisas estão por vir.
MDE: Por mais que haja planejamento, a Copa também vai contando histórias e direcionando sobre que conteúdos você vai produzir?
FRED: A Copa vai gerando os personagens, situações, e a gente não pode ter certeza de nada. Para você ter ideia, eu fui para o Catar em outubro do ano passado. Comecei a gravar os meus conteúdos. Sabe aqueles vídeos de transição? Eu já fiz algumas primeiras partes lá para concluir agora, quando tiver público e estádio. Às vezes, é um vídeo que vai durar, sei lá, 10 segundos. Mas eu já comecei a gravar em outubro do ano passado.
“Não tenho dúvida de que vai ser uma Copa totalmente multiplataforma tanto para os influenciadores quanto para os jogadores, treinadores e torcedores”
Fred
Acho que também tem tudo para ser uma Copa muito divertida nesse quesito, porque as redes sociais têm muita informação. Mas ela também acaba puxando um pouco mais para esse viés da descontração. Acho que tem tudo para ser uma baita Copa.
MDE: Recentemente, o repórter André Hernan entrou para o guarda-chuva da NWB, abrindo uma frente de jornalismo na empresa, antes voltada mais para entretenimento. Como vai ser essa parceria?
FRED: Eu acho que as áreas se complementam. Tem grande chance de acontecer lá comigo e com o André, de a gente se completar. Ele dá as informações dele. Talvez eu vá aparecer no canal dele mostrando mais o lado do torcedor. Não existem caixinhas diferentes. Até porque, na Copa do Mundo, até quem não gosta de futebol começa a acompanhar.
Então, acho que essa collab vai acontecer lá durante muitos momentos. Tem um público que busca mais a informação, de fato, que talvez seja mais tradicional da televisão. E que agora, graças a figuras como o André, está migrando cada vez mais para o YouTube. Mas também existe quem gosta do entretenimento do jeito que a gente faz. Enfim, acho que os dois conteúdos se complementam bastante.
MDE: Como vai ser essa interação?
FRED: Vai ter hora que eu vou falar: “André é verdade isso aqui?” [risos]. Acho que isso é um dos grandes diferenciais da NWB. Eu estou aqui há sete anos. Não sei se é isso que o André sentiu também. A gente é um time.
“Quando o André chegou, já logo se adaptou, fez parte da equipe. E um dos grandes diferenciais para isso acontecer foi toda a vontade que ele mostrou quando chegou aqui”
Fred
Isso para a gente faz total diferença. Quando a gente vê que tem gente com vontade de trabalhar com disposição, a gente abraça. Bota embaixo do braço.
MDE: Como vai ser o trabalho no Catar, pensando que a equipe atuará em dois fusos horários?
FRED: Honestamente, a primeira resposta que vem na cabeça é que vai ser uma loucura porque realmente a gente tem que fazer tudo o tempo todo. Mas a segunda resposta é que é muito divertido também. A gente gosta muito daquilo que faz. Óbvio que muitas coisas só surgem ali, de maneira espontânea. Mas tem muita coisa que já temos um planejamento. A minha agenda lá no Catar já está toda ocupada, blocadinha.
Tipo os clientes que temos que fazer entrega, as gravações que planejamos ter, os jogos que estaremos presentes. Tem muito do improviso, mas tem muito de planejamento, de uma estrutura também. Tanto que estamos levando, sei lá, 25 pessoas para o Catar em duas casas.
MDE: Como é o acesso que você tem para conseguir fazer vídeos e entrevistar os jogadores, por exemplo?
FRED: Nosso foco é muito mais o torcedor. Tanto que falo que não faço jornalismo esportivo, faço entretenimento esportivo. A gente vai muito mais nessa questão de o que o torcedor está consumindo, o que as pessoas que vão ficar aqui no Brasil vão querer ver.
Notícias, felizmente a gente já tem pessoas competentíssimas, como o [André] Hernan, como a Globo, o Sportv, como vários veículos que vão dar a notícia, o hard news. A gente vai mais por esse viés do entretenimento, mas é aquilo que eu falei: tudo pode acontecer numa Copa.
MDE: Sem credencial de jornalista, como é o desafio de conseguir entrevistar os personagens da Copa?
FRED: O acesso não vai ser através da assessoria [de imprensa]. Talvez seja através da Nike, pela entrada que temos com a CBF [Confederação Brasileira de Futebol], pela família dos jogadores. Pode ser um monte de coisa.
“Pode ser que eu não tenha acesso nenhum. Mas também pode ser que eu pegue a bola e coloque lá para dar o chute inicial. Como já aconteceu na Rússia, em 2018”
Fred
É algo que acaba mudando muito e que a gente vai desenrolando conforme vai chegando lá. Os acessos são diferentes. Às vezes, eles são melhores. Mas eles são mais incertos. Fazemos tudo dentro de uma ética, de um profissionalismo. Até porque a gente tem um nome a zelar. Vamos sempre pelo caminho mais profissional possível.
MDE: Como é a rotina da cobertura da Copa do Mundo? São 30 dias dormindo muito pouco?
FRED: A gente está acostumado. Porque quando a gente trabalha tem o fuso horário do país e tem o fuso horário das pessoas que consomem as coisas aqui no Brasil. Então, vamos trabalhar em dois fusos horários.
A gente fala que é preparação quase que de guerra. Mas só que é uma guerra que a gente ama fazer. Então, é algo que gera muita expectativa, uma ansiedade positivíssima do nosso lado. A gente sabe que são 40 dias de dedicação total. Mas eu acho gostoso, cara. Eu gosto muito. Acho que faz parte da Copa, né? É algo até que motiva, deixa mais aceso, mais ligado. Depois, a gente descansa [risos].