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Fundo da Outfield direcionado ao futebol capta R$ 100 milhões no mercado

FIDC Futebol, lançado em abril, aposta na profissionalização dos clubes, com criação de SAFs

São Paulo enfrenta o Alianza Lima pela Libertadores - Rubens Chiri / São Paulo

São Paulo enfrenta o Alianza Lima pela Copa Libertadores - Rubens Chiri / São Paulo

A Outfield Ventures, gestora especializada em investimentos no esporte e no entretenimento, divulgou que já foram arrecadados R$ 100 milhões do FIDC Futebol, fundo lançado no mês passado para antecipar os recebíveis de clubes de futebol. A iniciativa busca aproveitar o momento de profissionalização do setor no país, com a criação de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), além do movimento pela criação de uma liga no Brasil.

O fundo conseguiu captar, em sua grande maioria, investidores corporativos, como Itaú Asset, Strata e Portofino. O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) já nasceu com capacidade de operar R$ 50 milhões junto a clubes interessados em reorganizar seus passivos financeiros, antecipando receitas de direitos de transmissão, patrocínio, venda de atletas, bilheteria e sócio-torcedor. As operações possuem tíquete médio de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.

Por causa do legado de más gestões financeiras do passado e endividamento, muitos clubes têm pouco acesso a empréstimos e financiamentos. Segundo a instituição financeira, o fundo foi idealizado justamente para facilitar o acesso dos clubes ao capital, oferecendo agilidade na análise do crédito.

“A gestora desenvolveu uma metodologia proprietária de análise para clubes de futebol, criando um rating por sacado, cedente e por operação, o que permite uma assertividade maior no momento de precificar as operações e mensurar o risco de crédito”, afirmou a Outfield.

Dívidas

O lançamento do FIDC acontece no mesmo momento em que o endividamento dos principais clubes brasileiros atingiu o patamar de R$ 11 bilhões, segundo o Relatório Convocados 2024.

“Estamos conectando o mercado financeiro tradicional com as novas necessidades do futebol brasileiro, trazendo soluções modernas, sustentáveis e adaptadas para a realidade dos clubes”, disse Felipe Araújo, sócio da Outfield.

“Queremos aproximar cada vez mais o futebol da Faria Lima [famosa avenida de negócios da capital paulista], e esse novo fundo é a oportunidade de mostrar que o futebol é um investimento atrativo para o mercado”, acrescentou o executivo.

A Outfield foi responsável pelo FIDC SPFC, que captou R$ 200 milhões para reestruturar financeiramente o São Paulo, e o FIDC Outfield, voltado para aquisição de dívidas “high yeld” (alto rendimento, em tradução livre) de clubes, que já captou R$ 50 milhões. Esses títulos de dívida são considerados investimentos de alto risco, mas podem render retorno financeiro acima da média do mercado.