Governo britânico cria órgão independente para regular finanças do futebol

O governo britânico anunciou a criação de um órgão independente para supervisionar as finanças do futebol e os proprietários dos clubes no país. A iniciativa acontece um mês após as sanções aplicadas contra Roman Abramovich, dono do Chelsea, por suas ligações com Vladimir Putin e o governo russo no contexto da guerra na Ucrânia.

O órgão regulador terá poder para licenciar e punir clubes, bloquear aquisições suspeitas e investigar proprietários e diretores de equipes, substituindo na tarefa o atual braço da Premier League, da Liga Inglesa de Futebol e da Associação de Futebol (FA) que realiza a tarefa, mas que nunca promoveu alguma punição mais grave por crimes financeiros.

“O futebol não é nada sem seus torcedores. Mas, por muito tempo, as autoridades do futebol foram incapazes de resolver alguns dos maiores problemas do jogo. O governo tomou medidas decisivas para conduzir a revisão liderada pelos torcedores e, hoje, endossamos cada uma das suas dez recomendações estratégicas”, disse Nadine Dorries, secretária de cultura do Reino Unido.

Segundo o órgão, um dos trabalhos será incluir um novo “teste de integridade”, mais aprimorado, para todos os proprietários e executivos, incluindo um exame das fontes de financiamento, após todas as aquisições de clubes.

Uma das primeiras tarefas do painel independente será examinar a venda do Chelsea, de Abramovich a um novo investidor. Outro trabalho será averiguar a aquisição do Newcastle por um fundo da Arábia Saudita em outubro do ano passado. O negócio gerou mudanças de regras na Premier League, reações de torcedores e até críticas da Anistia Internacional.

Entre as recomendações do novo órgão está a criação de comissões paralelas nos clubes, compostas por torcedores com poder de decisão, além de um estímulo para que haja maior diversidade nas diretorias dos times.

“Iniciativas como a proposta absurda da Superliga Europeia e as lutas pela sobrevivência enfrentadas pelos clubes em nossas comunidades expuseram a governança do futebol neste país à piada que tem sido”, criticou Julian Knight, presidente do Comitê de Digital, Cultura, Mídia e Esporte do governo britânico.

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