Ignorada pelos clubes brasileiros de futebol, Páscoa rende parceria de sucesso para NBA no país

Edição limitada vem com ovo de 160g, chaveiro em formato de camiseta, minibola de basquete e uma faixa da equipe - Divulgação

Daqui a 20 dias, em 9 de abril, será comemorada a Páscoa, uma das principais celebrações religiosas do país. É também uma época crucial para o faturamento das empresas fabricantes de chocolate. Quem visita supermercados ou lojas especializadas já depara com uma infinidade de ovos de diferentes tamanhos e embalagens.  

Além de promoverem suas marcas próprias, os fabricantes também apelam para produtos licenciados, na tentativa de atrair a atenção do público. Ben 10, Barbie, Batman, Mickey Mouse, bonecas LOL, Naruto, Peppa Pig. Cada qual tem um ovo para chamar de seu no mercado brasileiro.  

Mas, no “país do futebol”, fabricantes e clubes ainda não acordaram para o potencial de consumo representado por milhões de torcedores. Ou poderíamos dizer que voltaram a dormir. Até alguns anos atrás, quem apostou nesse mercado foi a Arcor, que manteve, por mais de uma década, uma linha licenciada com ovos de chocolate de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Vasco, Flamengo, Internacional e Grêmio.  

Atualmente, no entanto, as guloseimas com escudos dos clubes já não estão disponíveis. Em contrapartida, a empresa conta com produtos dedicados ao universo dos games, com os ovos de Free Fire e do canal do YouTube AuthenticGames.  

Mercado atrativo

Apenas na Páscoa de 2022, foram comercializadas no país mais de 10 mil toneladas de ovos de chocolate, o que representou um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).  

Projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que a Páscoa movimentou R$ 2,16 bilhões no comércio brasileiro no ano passado. Vale ressaltar que o número leva em conta não apenas o consumo de chocolate, mas também os demais produtos adquiridos pela população nesse período.  

Em uma época em que os clubes de futebol tentam de todas as formas reforçar seus caixas e encontrar novas fontes de receita, chama atenção o modo como ainda patinam na área de licenciamento de produtos, especialmente daqueles que costumam ter forte impacto nas vendas sazonais do comércio (caso dos ovos de chocolate, por exemplo).  

Segundo dados da Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens (Abral), o faturamento das empresas que fazem licenciamento alcançou R$ 21 bilhões no país em 2021. 

NBA

Enquanto clubes brasileiros ignoram o potencial trazido pelos produtos licenciados da Páscoa, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos, a NBA, segue firme com sua parceria com a Cacau Show em terras verde e amarelas.  

Neste ano, a edição limitada vem em uma caixa com ovo de chocolate de 160g e traz um chaveiro em formato de camiseta, uma minibola de basquete na cor de cada time e uma faixa da equipe.  

Estão disponíveis ovos de Los Angeles Lakers, Chicago Bulls, Golden State Warriors e Boston Celtics. A parceria da Cacau show com a NBA vem desde 2021 e ainda inclui ações voltadas a outras datas comemorativas, como os copos promocionais lançados no Dia das Crianças do ano passado.  

Antes disso, ela contou com produtos licenciados de clubes de futebol. Mas não de brasileiros. Em 2019, a empresa lançou ovos do Barcelona (à época, Lionel Messi ainda brilhava na equipe catalã). Já em 2020, foi a vez de Manchester City e Juventus (que contava, então, com Cristiano Ronaldo em seu elenco) terem produtos licenciados vendidos pela Cacau Show no Brasil.  

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