O Internacional adiou a decisão de aderir ao contrato da Liga Forte Futebol (LFF) com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management, que ofereceu US$ 950 milhões (R$ 4,97 bilhões, na cotação atual) para a venda de 20% da liga por 50 anos. A nova votação do Conselho Deliberativo do clube foi marcada para o próximo dia 28 de março.
Até lá, uma comissão com representantes de diversas tendências na política internas do Colorado estudará as alternativas. Por trás do adiamento está o receio de alguns conselheiros de que o clube gaúcho volte a arrecadar menos do que o arquirrival Grêmio, caso confirme participação na LFF.
O Grêmio aderiu à Liga do Futebol Brasileiro (Libra), grupo rival da LFF. A Libra estuda um contrato semelhante, de venda de 20% dos direitos comerciais da futura liga, que será criada por US$ 900 milhões (R$ 4,7 bilhões, na cotação atual) em um acordo também válido por 50 anos. O contrato está em fase de ajustes finais, e a assinatura deve acontecer em algumas semanas.
Caminhos diferentes
Em 2016, Internacional e Grêmio assinaram contratos de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro com empresas diferentes. O Colorado optou pela proposta do Esporte Interativo para 2019 e 2020. Já o Tricolor acertou com o Grupo Globo.
O problema é que o Esporte Interativo, adquirido pela Turner, foi descontinuado em 2018. Com isso, os direitos esportivos foram exibidos na TNT e Space, outros canais do grupo. Além de menos vantajoso economicamente para o Inter, estar preso à Turner gerou menos visibilidade ao clube, escondido na grade de canais especializados em séries e filmes.
No cenário atual, a LFF trabalha com a LiveMode, uma espécie de “sucessora” do Esporte Interativo. Edgar Diniz, Leonardo Lenz Cesar, Fabio Medeiros e Maurício Portela, fundadores do Esporte Interativo, hoje integram a LiveMode.
Decisão
O adiamento da votação não quer dizer que o Internacional esteja em vias de migrar para a Libra. Segundo a Máquina do Esporte apurou, não há aproximação institucional entre o clube gaúcho e a liga rival da LFF.
Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, já reiterou diversas vezes ser favorável à proposta do Forte Futebol de divisão mais igualitária das receitas da futura liga. O dirigente também possui maioria no Conselho, o que teoricamente lhe garantiria vitória na votação do dia 28.
A Libra, por sua vez, nomeou uma comissão para conversar com os integrantes da LFF em busca de um consenso. Embora tenha havido contados entre os dirigentes de clubes de ambas as ligas, ainda não foi marcada uma reunião para discutir propostas.
Hoje, a Libra possui adesão de 11 clubes da Série A (Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco) e sete da Série B (Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Vitória).
Já o Forte Futebol conta com 26 clubes das Séries A, B e C, entre os quais Athletico-PR, Atlético-MG, Fluminense, Internacional e Fortaleza.