O Juventude é um dos clubes brasileiros que estão estudando a possibilidade de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Os gaúchos, porém, miram em modelos que não envolvam o controle total da equipe.
A dificuldade encontrada pelo clube de Caxias do Sul (RS) passa pelo interesse que modelos do tipo gera nos potenciais investidores.
Com maior participação do clube associativo na SAF, a tendência é que a mudança atraia valores menores e exclua empresários ou grupos interessados em 100% das ações.
“Estamos avaliando os modelos de SAF, até tenho algumas propostas em andamento, analisando. Vejo o modelo de Fortaleza como o que dá mais segurança para o clube, para um clube organizado. Mas, ao mesmo tempo, a gente vê lá que não está entrando investimento”, comentou Fábio Pizzamiglio, presidente do Juventude, à Máquina do Esporte.
Para o dirigente, a imagem internacional sobre a gestão esportiva no futebol brasileiro não ajuda para projetos como o idealizado pelo Juventude.
“Alguns investidores também vêm de fora, olham o Brasil e pensam que é tudo uma desorganização. Eles vão querer o controle para poder colocar o dinheiro”, pontuou Pizzamiglio.
“Se eu fosse escolher, eu acho que seriam esses modelos. Tem que achar o meio termo aí, porque também tem que ter algo que chame mais a atenção do investidor. Não vender o clube e nem ter o total controle do clube”, disse o presidente.
Liga
O Juventude faz parte da Liga Forte União (LFU), assim como Corinthians, Botafogo, Fluminense, Fortaleza, Internacional , Cruzeiro, Sport, Ceará e Mirassol, entre outros.
Nos últimos meses, surgiram movimentos em busca da promoção de uma liga única no Brasil, o que implicaria na união de LFU e Libra. Para Fábio Pizzamiglio, trata-se de um movimento importante para a evolução do futebol brasileiro.
“Temos uma vontade muito grande de fazer isso acontecer. Os dois lados já pensam muito parecido. Já era pra gente ter algumas negociações em conjunto, como já tivemos na Série B”, lembrou.
“O que mais impede é o comercial, é o dinheiro. Então, acho que dando esse passo, da negociação da Série A em conjunto, logo depois a gente vai cair as barreiras e vamos conseguir chegar lá”, concluiu o presidente do Juventude.