Juventus tenta renovar com Consul, mas segue aberto a outras propostas e não garante manter “camisa limpa”

Lançamento da cervejeira personalizada do Juventus ocorreu nesta quarta-feira (5) - Reprodução / Instagram (@oficialjuventus)

O lançamento da “camisa limpa” do Juventus, feita pela patrocinadora máster Consul (marca de eletrodomésticos hoje pertencente à Whirlpool) rendeu grande repercussão ao clube da Mooca, em São Paulo (SP).

Em fevereiro deste ano, a Consul optou por não estampar sua logomarca no uniforme grená produzido pela Kappa, atitude que foi acompanhada por outros patrocinadores que detinham propriedades na camisa do Moleque Travesso, caso da FutFanatics, que trocou essa exposição por outras contrapartidas.

Intermediado pela agência DM9 (idealizadora da campanha “Patrocínio Limpo”, que serviu para promover a linha de lavadoras de roupas da Consul), o patrocínio da Consul está em vias de acabar, já que era válido apenas para a Série A2 do Campeonato Paulista 2024, em que o Juventus foi eliminado na semifinal pelo Velo Clube, de Rio Claro, perdendo a chance de conquistar o acesso à elite estadual.

Diferentemente de clubes que disputam competições nacionais transmitidas pelas principais emissoras do país, o Juventus não participa de nenhuma divisão do Brasileirão.

Equipes com essa característica costumam fechar contratos de patrocínio mais curtos, que são válidos para competições específicas, principalmente o Paulistão.

Este é o caso da parceria da Consul com o Juventus, que resultou na “camisa limpa”. O acordo teve uma ativação realizada nesta semana, quando representantes da marca apresentaram uma cervejeira personalizada com as cores e o escudo do Moleque Travesso.

O produto, que homenageia os 100 anos do clube, contou com um vídeo para as redes sociais, que teve a participação de pessoas ligadas à história do clube, caso do ex-jogador e ex-técnico Roberto Brida.

Apesar do clima de entusiasmo envolvendo essa iniciativa, o casamento do Juventus com a Consul vive um momento inusitado. Em entrevista à Máquina do Esporte, o presidente do clube, Dilson Tadeu Deradeli, explicou que o contrato com a marca está prestes a acabar, mas pode ser mantido.

“Estamos conversando e pode ser que haja a renovação. Se aparecer alguém com uma oferta melhor, escolheremos a que for mais vantajosa para o clube”, disse.

Muito elogiada, especialmente pelos adeptos do “futebol raiz” (que cultuam os uniformes das antigas, livres de patrocínios), a “camisa limpa” não tem garantia de que será mantida, mesmo em uma eventual renovação com a Consul.

“Depende do acordo que vamos fechar. Se for com eles, pode ser que queiram deixar a camisa sem patrocínios. Ou anunciar algum produto deles. Ou mesmo exibir a marca Consul. Vamos ver como ficarão as negociações”, afirmou.

É preciso destacar que, mesmo que a Consul não prolongue sua parceria com o Juventus, ela seguirá desenvolvendo ações pontuais com o clube durante algum tempo.

Isso porque o contrato atual garante à marca, como contrapartida, o direito de realizar mais duas ações com o Moleque Travesso, que podem tanto envolver o futebol profissional quanto o clube social.

“Essas ações podem ser feitas tanto agora como em agosto, setembro, independentemente de renovarmos o patrocínio. As datas vão ficar a critério da Consul”, explicou o presidente.

Vale lembrar que, no fim da década de 1990 e no começo da década retrasada, a Consul teve uma parceria de sucesso no futebol com o São Caetano, que fez campanhas marcantes em competições como Brasileirão, Copa Libertadores e Paulistão.

SAF

Enquanto busca definir a questão dos patrocínios, o Juventus se prepara para a disputa da Copa Paulista, que é organizada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) e garante vaga na Copa do Brasil ou na Série D do Brasileirão (a escolha é do time campeão) ao vencedor.

Ao mesmo tempo, Deradeli também espera resolver em breve a questão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Juventus.

“Essa negociação está com o Conselho Deliberativo, que tem até julho deste ano para bater o martelo”, revelou.

Segundo o presidente, o modelo a ser escolhido será o fechado, com um investidor externo assumindo 90% do capital da SAF, enquanto os 10% restantes ficariam nas mãos do clube associativo.

“O futebol está muito caro de se manter, hoje em dia”, afirmou o dirigente.

De acordo com ele, três investidores externos já declararam interesse em assumir a futura SAF do Juventus. Pelo menos um deles é estrangeiro, garantiu Deradeli.

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