LaLiga discute impacto do digital e futuro do futebol em evento com grandes marcas

A LaLiga realizou, na última terça-feira (10), um evento presencial com o objetivo de discutir temas relevantes para a indústria do futebol e do entretenimento, como o futuro da modalidade e ainda o impacto do ambiente digital na experiência dos torcedores. O evento também serviu como celebração dos cinco anos da estratégia “glocal” (mentalidade global com atuação local) da liga, que tem como foco internacionalizar, construir e/ou fortalecer a imagem da LaLiga para além do universo esportivo.

Como o Brasil é um dos mercados mais importantes dentro dessa estratégia, São Paulo foi escolhida para sediar o evento. Os painéis, que foram apresentados pelo delegado da LaLiga no Brasil, Daniel Alonso Duarte, tiveram participações especiais de grandes parceiros da liga e trouxeram temas como atualidade e futuro do patrocínio esportivo, novas formas de ativação de marcas, desafios de se manter presente e relevante em multiplataformas, novas tendências de transmissão esportiva e redes sociais no esporte, entre outros.  

O primeiro painel teve a participação de Fabio Kadow, diretor de marketing da Puma no Brasil, que comentou sobre as estratégias da marca alemã. “Dentro da companhia, temos divisões de públicos, mas eles se sobrepõem muito. O mesmo consumidor que é apaixonado por futebol, também gosta de música, de sportwear. Quantas músicas vimos estourar por conta de dancinhas que um jogador fez para comemorar um gol? Quantos meninos já copiaram o penteado de um jogador? Não acredito que uma pessoa seja só uma coisa, o consumidor é múltiplo e precisamos entendê-lo”, disse.

“O importante é acompanhar o hábito de consumo. Essa geração já consome diferente dos meus pais e de mim. Pra gente, a maneira de consumir futebol mudou. Hoje, uma criança sabe qual é a chuteira que um jogador usa, através do videogame. O que extrapola no digital é essa constante conversa, evolução e troca com o público”, acrescentou o executivo.

O mesmo painel também contou com a participação de Juan Vicente Chacon Smith, gerente de vendas da Panini na América Latina, e Jorge Urrutia del Pozo, vice-presidente da Dapper Labs, que comentaram um pouco mais do papel de suas marcas e de onde surgiu a ligação com o esporte.

“A companhia nasceu do futebol e o centro da nossa companhia segue sendo futebol e esporte. Trabalhamos de perto com muitas ligas e federações. Dependemos da força de nossos licenciados. Nossa estratégia é simples: ter a maior quantidade de ligas de primeiro nível no nosso portfólio”, comentou Juan Vicente.

“Esporte é um caminho natural de ensinar às pessoas sobre algo complicado como blockchains. A LaLiga teve um trabalho inovador de expandir sua marca globalmente. Nem todo fã da LaLiga consegue ir aos jogos, então como fazer esse fã se sentir parte desse universo, através dos nossos produtos? Esse é o objetivo”, afirmou Jorge Urrutia.

Convidados lotaram espaço reservado pela LaLiga em São Paulo
Divulgação / LaLiga

 

O segundo painel, por sua vez, contou com a participação de Victor Lombardi, especialista em parceria de conteúdo de esportes do TikTok, que comentou que a plataforma obteve resultados expressivos nas transmissões de jogos.

“Vale a pena começar a falar de esporte dentro de uma plataforma de entretenimento. Nós não nascemos no esporte, mas exploramos esse território através das parcerias. A gente teve resultados expressivos em transmissão de jogos. Sempre pensamos em formas de inovar o conteúdo. Não queremos tirar a transmissão da TV nem de outra plataforma, mas sim incrementar a experiência. É uma forma de diversificar seu público, revitalizar sua torcida”, destacou.

Anadege Freitas, diretora de conteúdo e parcerias da Twitch, também comentou sobre a maneira como a plataforma apoia seus criadores.

“Nossa estratégia é apoiar e engajar o que faz sentido para nossos parceiros. A Twitch deseja empoderar nossos criadores para que eles criem comunidades extremamente fortes. A torcida do futebol é uma grande comunidade, e 39% dos nossos usuários não estão na mídia tradicional. Para essa nova audiência, não basta apenas a transmissão dos jogos. Eles querem interagir, se comunicar, fazer parte de uma comunidade, assistir aos bastidores, entrevistas e documentários”, explicou.

Por último, Bernardo Ramalho, sócio-diretor da LiveMode, e Laura Reyna García, gerente de mídias sociais do Betis, comentaram um pouco mais sobre a importância e o impacto das redes sociais no futebol.

“Essas plataformas são fundamentais nesse novo mundo. Qualquer liga precisa estar onde os fãs estão. Não só para crescimento da receita, mas para visibilidade. O espaço para inovação é muito maior nas novas plataformas. O que aconteceu no Paulistão, com a estratégia de multiplataforma, fez o faturamento e a visibilidade aumentar. A receita mais que dobrou. A expansão das plataformas e o mergulho no mundo digital fizeram sentido para os patrocinadores também”, observou Bernardo.

“Para nós, é uma prioridade absoluta estarmos presentes nas redes sociais e nos diferenciarmos dos demais, mostrando o que acontece por trás das câmeras. Redes sociais são prioridade, é a forma de dar voz própria”, finalizou Laura.

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