Com a proximidade do fim do contrato com a Puma, o Palmeiras tenta costurar um novo acordo de fornecimento de materiais esportivos. A diretoria tem três propostas sobre a mesa. A atual parceira enfrenta a concorrência da sua conterrânea Adidas (ambas têm suas matrizes na Alemanha) e também de uma marca ainda pouco conhecida dos brasileiros.
Trata-se da Legea, empresa sediada na cidade italiana de Pompeia (localidade que abrigou um famoso balneário romano, destruído pela erupção do vulcão Vesúvio, no ano 79 da nossa era) e que já vestiu clubes como o Napoli. A informação de que a empresa entrou na concorrência do Palmeiras foi divulgada pelo site Nosso Palestra e confirmada pela Máquina do Esporte.
O atual contrato com a Puma ficará em vigor até o fim deste ano. Portanto, o próximo acordo passará a valer a partir de 2025. Hoje, o acordo com a marca alemã garante exclusividade ao Palmeiras no mercado brasileiro. Mas esse cenário deve mudar em breve, com as parcerias que a empresa possivelmente firmará com Red Bull Bragantino e Bahia.
Em entrevista por telefone concedida à Máquina do Esporte, o diretor comercial da Legea Brasil, empresa que representa a marca italiana no país, comentou alguns detalhes da proposta feita ao Palmeiras.
“Nós levamos a proposta até o clube, mas ela veio diretamente da sede da Legea, na Itália”, afirmou o executivo Cléber Félix.
Na entrevista, ele demonstrou descontentamento com rumores que têm sido divulgados a respeito da marca, dando a entender que ela não contaria com operação para distribuição no mercado brasileiro.
“Raciocine comigo: seria um tiro no pé eu levar uma proposta dessas para um clube como o Palmeiras e não ter condições de atendê-lo. Os comentários que saem por aí não têm lógica. Hoje, nós somos a operação da Legea no país. Trabalhamos com grandes distribuidoras e armazenadoras de mercadoria. Estamos preparados e temos capacidade para atender bem ao Palmeiras”, enfatizou.
Raízes italianas e estratégia de expansão
De acordo com Cléber Félix, investir no futebol brasileiro é uma das prioridades da marca italiana.
“Ainda não abordamos nenhum outro clube, porque a Legea possui um carinho especial pelo Palmeiras, inclusive pelo fato de ser um time com forte relação com a Itália”, explicou o diretor.
Com relação à concorrência que a Legea enfrentará das gigantes alemãs, Félix acredita que a empresa conta com alguns trunfos.
“Não posso anunciar valores, mas garanto, com 100% de certeza, que os nossos são maiores que os oferecidos pela Adidas e pela Puma”, salientou.
A exclusividade é outro fator apontado por ele.
“Hoje em dia, somos a única concorrente que tem condições de oferecer isso ao Palmeiras”, disse.
Ele reconheceu, por outro lado, que grandes marcas dominam o mercado brasileiro, razão pela qual acabam por despertar maior entusiasmo entre os torcedores.
“Às vezes, o que falta neste país é memória. As pessoas se esquecem, por exemplo, de que a Adidas estava no Palmeiras, mas foi embora deixando o clube na mão. Ou que ela acaba de sair do São Paulo pela porta dos fundos”, afirmou.
No primeiro caso, ele se referiu ao rompimento conturbado entre a marca alemã e o alviverde, ocorrido em 2018. Já no segundo, ele fez menção ao desgaste no casamento entre a empresa e o clube do Morumbi, que resolveu encontrar um novo fornecedor de material esportivo, fechando com a New Balance.
De acordo com Félix, ao apresentar a proposta ao Palmeiras, a Legea precisou entregar uma série de documentos com as garantias de que terá condições financeiras de cumprir o contrato.
A proposta da Legea foi levada ao Palmeiras pela advogada Gislaine Nunes, que se tornou célebre no futebol brasileiro nas décadas passada e retrasada, ao ganhar ações trabalhistas para centenas de atletas, inclusive algumas celebridades, com base na Lei Pelé.
O Palmeiras deverá definir em meados de abril quem será seu fornecedor de material esportivo. A Máquina do Esporte apurou que a empresa escolhida terá até dezembro deste ano para iniciar a entrega dos produtos ao clube.