LFF obtém aprovação de 24 clubes para assinar contrato com investidora Serengeti

Dirigentes da então Liga Forte Futebol (LFF) em reunião realizada em São Paulo (SP) - Divulgação / LFF

A Liga Forte Futebol (LFF) já conseguiu a aprovação de 24 dos 26 clubes que formam o bloco para a assinatura de contrato com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management.  

O acordo pode chegar a US$ 950 milhões caso haja a adesão dos 40 clubes das Séries A e B do Brasileirão para a formação da liga brasileira de futebol. Em troca, Life Capital e Serengeti ficariam com 20% dos direitos comerciais da competição por um período de 50 anos.

As exceções no Forte Futebol são Internacional, cujo Conselho Deliberativo votará o assunto na semana que vem, e o ABC, que estaria com problemas jurídicos internos para aprovar o acordo.

Blocos

Atualmente, os times brasileiros estão divididos em dois grandes grupos: LFF e Liga do Futebol Brasileiro (Libra).

A LFF conta com 26 clubes das Séries A, B e C do Brasileirão. São eles: ABC, Athletico-PRAtlético-MGAmérica-MGAtlético-GOAvaíBrusqueChapecoenseCoritibaCearáCriciúmaCRBCSACuiabáFigueirenseFluminenseFortalezaGoiás, Internacional, JuventudeLondrinaNáuticoOperário-PRSportVila Nova e Tombense.  

Já a Libra é integrada por 18 equipes da primeira e segunda divisões do país: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

O Botafogo-SP, que disputará a segunda divisão do Brasileirão em 2023, é o único clube das Séries A e B que ainda não aderiu a nenhum dos dois grupos.

Adesão

O último clube a aprovar a proposta da Serengeti foi o Atlético-MG, cujo Conselho Deliberativo votou o tema nesta segunda-feira à noite (3), com aprovação unânime.

A votação dos conselheiros aconteceu após as falas de Sérgio Coelho, presidente do clube mineiro; Fred Luz, diretor da Alvarez & Marsal; e Guilherme Ávila, da XP Investimentos, ambas contratadas como consultoras da LFF.

Racha

Caso seja confirmada a adesão dos 26 times da LFF ao contrato com Life Capital e Serengeti, espera-se que, em até 60 dias, os clubes comecem a receber. Um total de R$ 1,1 bilhão será pago aos times, o que corresponde a 50% do valor acordado pela adesão de parte dos times da primeira e segunda divisões.

 Ainda há a expectativa de que Libra e LFF possam se unir para a formação da liga. A Libra já tem proposta da Mubadala Capital, que ofereceu US$ 900 milhões para adquirir 20% dos direitos comerciais por um período de 50 anos. Para isso, porém, quer a participação dos 40 times da primeira e segunda divisões no acordo.

Com a união de todos, seria possível vender vários ativos do campeonato, como os naming rights e patrocínios do torneio, direitos de transmissão de toda a liga para as diversas plataformas (TV aberta, fechada e streaming) no Brasil e no exterior, produtos licenciados da liga, direitos de imagem para filmes e séries, álbum de figurinhas, NFTs e fan tokens, entre outros ativos.

Caso haja a assinatura com as duas investidoras, seria necessário realizar uma composição entre as empresas, algo que o contrato da LFF com a Life Capital e Serengeti admite. A Mubadala, porém, quer ser sócia exclusiva da liga, o que pode aprofundar o racha.

Retomada

Afastados há alguns meses, os dois grupos voltaram a se reunir na terça-feira da semana passada (28), quando houve um encontro de dirigentes em São Paulo (SP). Segundo a Máquina do Esporte apurou, porém, nenhuma nova planilha de divisão de receitas foi apresentada, o que inviabilizou os avanços das discussões.

Há a expectativa de que uma nova reunião aconteça nesta semana, também na capital paulista. Embora ainda haja um desacordo grande sobre a remuneração de cada clube, o simples fato de os cartolas de Libra e LFF voltarem a conversar já foi considerado um avanço entre as partes.

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