Libra faz aceno à Liga Forte Futebol e aprova divisão de receitas mais igualitária

Dirigentes dos clubes da Libra em reunião na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), em São Paulo (SP), em 2023 - Rodrigo Corsi / FPF

Dirigentes dos clubes da Libra durante reunião na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), em São Paulo (SP), em 2023 - Rodrigo Corsi / FPF

A Libra (Liga do Futebol Brasileiro) aprovou, nesta terça-feira (28), na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), em São Paulo, uma proposta de divisão mais igualitária de receitas geradas pela futura liga. A votação aconteceu na Assembleia Geral da entidade de forma unânime.

A ideia com essa decisão é se aproximar da Liga Forte Futebol (LFF), grupo que congrega 26 clubes das Séries A, B e C do Brasileirão, entre os quais times como Atlético-MG, Fluminense, Internacional e Fortaleza.

A Libra hoje é integrada por 18 agremiações: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

Divisão de receitas

O novo formato prevê que 45% das receitas com patrocínios e direitos de transmissão serão divididas de maneira igualitária entre os 20 clubes que disputarão a elite do Brasileirão. Já 30% do bolo será repartido por performance, enquanto os 25% restantes serão distribuídos por meio do engajamento obtido pelos clubes.

Nesse último item, será considerada apenas a audiência, sem contar outros critérios como tamanho de torcida ou número de seguidores em redes sociais, como constava inicialmente no estatuto da Libra.

Segundo a Libra, com essa divisão de verbas, a diferença de receita entre o campeão brasileiro e o 20º colocado será de, no máximo, 3,4 vezes. Esse patamar será atingido após um período de transição de cinco anos, ou até que a futura liga atinja R$ 4 bilhões em receitas, o que vier primeiro.

Até lá, a divisão será distribuída em 40% de forma igualitária, 30% por performance e os outros 30% por engajamento, considerando apenas a audiência ponderada.

Série B

Além da aprovação dos ajustes na forma de distribuição de receitas entre os clubes na Série A, também foi confirmado em votação o mecanismo que reserva 15% da receita total para os times da Série B do Campeonato Brasileiro.

Essa é uma fatia que ainda pode gerar discussão entre os grupos dissidentes, já que a LFF defende uma parcela de 20% para ser dividida entre os 20 times da segunda divisão (18%) e os 20 times da Série C (2%). Doze clubes do Forte Futebol integrarão a Série B em 2023.

Apesar da diferença dos números, a Máquina do Esporte apurou que os dirigentes da Libra esperam convencer os integrantes da LFF de que, com o crescimento das receitas da futura liga, esse bolo será significativo para os times da segunda divisão do país.

Reaproximação

Outra iniciativa da Assembleia Geral foi a criação de um comitê para apresentar o novo modelo de distribuição de receitas aos times da LFF.

Esse grupo é integrado por seis dirigentes: Alberto Guerra (presidente do Grêmio), Duílio Monteiro Alves (presidente do Corinthians), Gabriel Lima (CEO do Cruzeiro), Guilherme Bellintani (presidente do Bahia), Rodolfo Landim (presidente do Flamengo) e Thairo Arruda (diretor da SAF do Botafogo).

Investidor

Durante a Assembleia Geral, também houve uma discussão sobre a proposta da investidora Mubadala Capital. A empresa ofereceu US$ 900 milhões (R$ 4,7 bilhões, na cotação atual) para adquirir 20% dos direitos comerciais da futura liga, condicionado a ter 80% dos clubes da Série A no acordo.

A investidora dos Emirados Árabes Unidos apresentou regras de governança, compliance e possíveis prazos de pagamentos para os membros da Libra.

Esse é outro ponto de discórdia entre Libra e LFF, já que o outro grupo assinou contrato com a gestora brasileira Life Capital Partners e da norte-americana Serengeti Asset Management para a venda de 20% da liga em um contrato que pode chegar a US$ 950 milhões (R$ 4,97 bilhões).

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