Uma reunião nesta quarta-feira (7), em São Paulo (SP), poderá definir os rumos da organização de uma liga para gerenciar a Série A do Brasileirão. Os clubes que fazem parte da Libra marcaram um encontro para discutir se aceitam uma oferta inicial do Grupo Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.
No valor de R$ 1,3 bilhão ao ano, essa proposta foi apresentada ainda em novembro de 2023 pela Globo aos clubes e contempla a transmissão nas TVs aberta e fechada e no modelo de pay-per-view dos jogos dos clubes da Libra como mandantes no torneio.
Até agora, essa é a única oferta já oficializada pelos direitos de mídia da competição a partir do próximo ano. A Liga Forte União (LFU), outro grupo representante de clubes, até agora não teve nenhuma oferta oficial feita pela Globo, segundo apurou a reportagem da Máquina do Esporte.
A Libra, assim, poderá ser o primeiro a fechar o maior contrato de mídia entre os dois grupos que tentam tomar para si a comercialização de direitos do Brasileirão. Na reunião, os clubes devem definir se aceitam o compromisso de seguir com essa proposta da Globo.
O valor de R$ 1,3 bilhão pode significar que, mesmo atualmente com 9 times na Série A, o bloco da Libra fique com o maior valor pelos direitos de transmissão do Brasileiro. Em 2023, a Globo distribuiu por volta de R$ 2 bilhões aos clubes. A tendência é de que o valor se mantenha próximo a isso para 2025. Dessa forma, mesmo tendo 11 equipes na Série A, o Forte União poderia ter uma proposta de não mais do que R$ 1 bilhão pelos direitos.
Forte União tenta juntar grupos
Como somente a Libra teve uma oferta oficial pelos direitos do torneio, o grupo de clubes do Forte União tenta se aproximar cada vez mais para tentar unificar a venda de direitos. Em janeiro, após a manutenção, na Justiça, de Ednaldo Rodrigues à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), houve um movimento mais acelerado em relação a isso.
O Forte União enviou uma proposta de unificação das ligas que está nas mãos da Libra. Até agora, porém, essa ideia não foi debatida a fundo entre os clubes. Nesta quarta-feira (7), no encontro em São Paulo (SP), não haverá qualquer discussão sobre esse tema, segundo apurou a Máquina do Esporte.
Isso deve significar um entrave para as negociações de direitos. O Brasil repete, assim, o que acontecia na Itália na primeira década dos anos 2000, quando dois grupos diferentes negociavam a mídia de seus jogos, o que causava uma enorme disparidade de arrecadação entre os clubes. A situação só foi ser “normalizada” quando um decreto federal estabeleceu que a liga teria de vender de forma unificada os direitos para evitar o desequilíbrio financeiro entre as equipes.