O projeto de criação de uma liga de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro ganhou novos capítulos nas últimas semanas, depois que expirou o prazo inicialmente dado para que a Codajas Sports Kapital (CSK) buscasse investidores interessados em comprar uma fatia da liga e, em troca, pudesse explorar comercialmente a entidade.
Na última sexta-feira (28), duas empresas apresentaram uma carta de intenções com propostas para a formação da liga. Uma foi a própria CSK, que fez uma nova oferta, agora sem a garantia de que o investimento de US$ 1 bilhão seja feito e com uma parceria formalizada com o banco BTG Pactual para a captação de recursos. A outra foi uma parceria entre a 1190 Sports e a LiveMode, também sem garantia de que o investimento será feito, mas com promessa de injetar até US$ 800 milhões para ficar com 20% do negócio.
As duas ofertas ainda serão analisadas pelos clubes, que seguem um impasse em relação ao aceite de qualquer proposta. Desde outubro, quando a CSK havia sido a primeira empresa interessada em fazer negócio com a liga, os clubes divergem sobre aderir ou não ao projeto. Dos 20 times que atualmente estão na Série A, somente 14 assinaram essa oferta inicial com a CSK. A favor da empresa está o fato de que os clubes de maior torcida do país estão do lado dela.
Como não conseguiu formalizar a oferta de um fundo de investimentos americano para o projeto, porém, a CSK viu surgir uma concorrente. A 1190 Sports, que é hoje detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão para o exterior, se associou à agência LiveMode, gestora comercial do Paulistão e da Copa do Nordeste, entre outras propriedades, para fazer uma proposta.
Na última sexta-feira (28), tanto a Codajas quanto as duas agências apresentaram suas propostas. Ambas, porém, não asseguram que o investimento será feito. Elas prometem ir ao mercado buscar a receita para que, então, os clubes sejam remunerados.
Em nota publicada pelo blog do Rodrigo Mattos, no Uol, a CSK afirmou que vai ao mercado buscar a captação.
”A CSK vem desenvolvendo o projeto de estruturação da liga há dois anos e meio e tem formatada toda a estrutura de governança, além dos principais aspectos econômicos e comerciais que, se implementados, irão maximizar a profissionalização e valorização do futebol brasileiro, atraindo investimentos de até R$ 5,5 bilhões. Como financial advisor, a CSK conta com o banco BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, que trabalhará na organização da interlocução com investidores e estruturação de veículos para captação do investimento”, afirmou a empresa.
Segundo a CSK, os clubes terão até o final de fevereiro para dar uma resposta à oferta feita pela companhia. A diferença em relação ao final de 2021, porém, é que a oferta já desmembra as Séries A e B da proposta. Segundo a CSK, será apresentada uma “proposta com os mesmos termos para os clubes que atualmente estão disputando a Série B do Campeonato Nacional“.
Já a LiveMode e a 1190 afirmaram, também ao blog do Rodrigo Mattos, que enviaram uma oferta aos clubes. As duas agências, porém, não detalham como será a busca pelo investidor. Em janeiro, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Hernán Donnari, CEO da 1190 Sports, já havia revelado que a agência buscaria investidores para fazer uma proposta para a liga.
“Estamos olhando com interesse esse processo. O futebol brasileiro tem uma oportunidade enorme de se organizar em um produto comum, não apenas para o exterior, mas também para o mercado interno. Onde há uma oportunidade, nós podemos estar. Temos capacidade financeira com projetos desse nível e approach”, disse Donnari.