Liga Forte Futebol assina contrato com Life Capital Partners e Serengeti Asset Management 

Dirigentes dos clubes da Liga Forte Futebol reunidos - Divulgação / LFF

A Liga Forte Futebol (LFF) oficializou, nesta segunda-feira (6), sua nova investidora, em um contrato que pode chegar a US$ 950 milhões (o equivalente a mais de R$ 4,9 bilhões, pela cotação atual). Os clubes que integram o grupo assinaram acordo com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management.  

O contrato ainda depende das aprovações dos conselhos deliberativos das equipes envolvidas. Conforme antecipou a Máquina do Esporte na última terça-feira (31), o valor cheio, de US$ 950 milhões, seria pago em troca de 20% da liga, isso no caso de até 40 clubes aderirem à iniciativa. Se houver a participação apenas dos times da LFF, o montante cairá para US$ 425 milhões.  

Atualmente, a LFF conta com 26 clubes, participantes das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. São eles: ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.  

“É um marco para o futebol brasileiro. Desde o início do Forte Futebol, foram construídos os princípios de união e representatividade das Séries A, B e C, com todos os clubes da LFF tendo voz ativa, o que acabou atraindo também grandes marcas do futebol brasileiro que permitiram chegarmos até este dia emblemático”, afirmou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.  

Divisão de receitas

Para chegar a esse acordo, a LFF foi assessorada pela XP Investimentos, pelo Monteiro de Castro Setoguti Advogados, pela Alvarez & Marsal e também a LiveMode. A LFF defende um modelo de divisão de receitas nos seguintes moldes: 45% igualitário, 30% pela performance esportiva e 25% decorrentes do apelo comercial. O objetivo é de que, em nenhum cenário, a diferença entre o primeiro e o último time seja superior a 3,5 vezes.   

“As grandes ligas do futebol mundial mostraram que, ao terem uma divisão equilibrada e meritocrática dos recursos, a competitividade do campeonato cresce, gerando um produto mais atraente. Com um produto mais atraente, as receitas advindas dos grupos de mídia e tecnologia, nacionais e internacionais, se expandem fortemente. Com maiores receitas, teremos mais craques no Brasil e entraremos em um círculo virtuoso para o futebol brasileiro, com o objetivo de termos uma liga entre as três maiores do mundo”, disse Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.   

“Com a liga distribuindo receitas para as três maiores divisões do futebol brasileiro, asseguramos um modelo saudável desde a base até o topo da pirâmide”, declarou Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR. 

LFF espera finalizar aprovações em abril

O modelo preconizado pela LFF contrapõe-se à proposta do grupo rival, a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que defende uma divisão em que 40% seja distribuído de forma igualitária, 30% por desempenho e 30% pelo engajamento de cada clube (critério que levaria em conta não apenas a audiência dos jogos, mas outros fatores, como desempenho nas redes sociais).  

Em nota, a LFF informou que espera concluir todos os processos de aprovação nos órgãos deliberativos das equipes até o fim de abril deste ano. O texto também destacou que o interesse do grupo é “pela formação de uma liga no Brasil com a participação de 40 clubes, e que por isso continua aberta ao diálogo com todas as agremiações que tenham interesse na formatação de um modelo que fortaleça o futebol no país, no intuito de criar uma liga que possa se tornar uma das três maiores do mundo”.  

Clubes celebram

“O Atlético Mineiro sempre trabalhou pela construção da liga unificada e, amanhã, começaremos uma nova fase em busca desse objetivo maior, sem abrir mão do que já conquistamos”, afirmou Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG. 

“A LFF foi construída através de muito estudo e parceria entre os clubes, sempre de forma democrática e através da atuação de comitês que respeitam a representatividade de todos os clubes e decisões por maioria”, disse Mário Bittencourt, presidente do Fluminense.  

“Não existe futebol brasileiro forte sem uma Série B pujante, e nossos investidores parceiros compreenderam e apoiaram este princípio, inclusive financeiramente”, ressaltou Julio Heerdt, presidente do Avaí.  

Impasses

Desde o ano passado, a Libra conta com uma proposta de investimento de US$ 900 milhões do fundo de investimentos Mubadala, do governo de Abu Dhabi. Para que o acordo seja sacramentado, é necessária a adesão de 16 clubes da Série A do Brasileirão. Atualmente, a liga conta com 11 times da elite nacional.

Vale lembrar que os clubes das duas ligas têm acordo de mídia com o Grupo Globo até 2024 para a Série A do Campeonato Brasileiro. Os direitos de transmissão da Série B desta temporada estão sendo negociados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Há a possibilidade de os acordos se estenderem por mais de dois anos, o que causaria um problema para a negociação de direitos da segunda divisão a partir de 2025.

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