Novo patrocinador do futebol e do basquete do Flamengo, a MoonPay enxerga o mercado brasileiro como estratégico no projeto de expansão da empresa de infraestrutura Web3 pelo mundo. Segundo o norte-americano Ivan Soto-Wright, cofundador e CEO da MoonPay, 41% dos brasileiros já fizeram uso de alguma forma de criptomoeda, o que representa o dobro do mercado dos Estados Unidos.
“Portanto, já existe uma taxa de penetração de mercado muito alta de criptoativos. Então, logicamente, faz sentido para nós fazermos algo aqui com o Flamengo, que é o principal time do Brasil. E o que queremos fazer é realmente mostrar toda a tecnologia que oferecemos”, contou o executivo durante uma entrevista coletiva on-line da qual a Máquina do Esporte participou.
Soto-Wright espera utilizar a parceria com o Flamengo para ajudar o clube carioca a conseguir novas fontes de receitas com o lançamento de produtos como NFTs e criptomoedas. Junto a isso, também pretende impulsionar os negócios da MoonPay no Brasil, onde a plataforma já oferece serviços de conversão de moedas fiduciárias (ou seja, sem lastro em metal) e criptomoedas.
No país, os pagamentos podem ser feitos em cartões de crédito, débito, transferência bancária, aplicativos como Apple Pay e Google Pay, e até em Pix, método brasileiro por excelência.
“Assim, as pessoas podem usar o método de pagamento mais popular no Brasil, o banco local, e usar o MoonPay para comprar moedas digitais. Já estamos disponíveis em alguns dos aplicativos mais populares”, afirmou Soto-Wright.
Expansão comercial
A parceria com o Flamengo é vista como fundamental para a expansão dos negócios da empresa na América Latina.
“No Brasil, muitas pessoas usam o MetaMask, que é uma das principais plataformas de ethereum [blockchain] nos dias de hoje. Elas podem usar a MoonPay dentro do MetaMask. Estamos fazendo mais parcerias em todo o país, mas os clientes também podem ir diretamente ao MoonPay e comprar moedas digitais”, diz o executivo, destacando a plataforma utilizada para negociar o ether, uma das criptomoedas mais valorizadas do mundo.
Ao entrar no mercado brasileiro, Soto-Wright destaca que a ideia da MoonPay é centrar esforços no Flamengo. Ao contrário de outras empresas que operam no mercado de blockchain e NFTs, como a Socios.com, que firmou parceria com vários clubes, a ideia da MoonPay, pelo menos no momento, é investir apenas no time rubro-negro.
“Nós vemos o Flamengo como uma marca muito poderosa não só aqui no Brasil, mas internacionalmente. Existem 40 milhões de torcedores do Flamengo no mundo. Então, para nós, foi muito estratégica a parceria com o Flamengo”
Ivan Soto-Wright, CEO e cofundador da MoonPay
“Somos uma empresa focada em trazer NFTs gratuitas da Web3, o futuro digital, para torná-los populares o mais rápido possível. Os NFTs são realmente fascinantes porque não são apenas uma moeda, mas também são colecionáveis digitais”, acrescentou o executivo.
Hypermint
Para aumentar a circulação de ativos digitais, uma das estratégias da empresa foi recentemente a criação do HyperMint, plataforma amigável, robusta e flexível, que permite que o usuário possa criar, gerenciar a distribuir NFTs de maneira escalável.
“Anunciamos recentemente uma parceria inovadora com a Universal. Nela, milhões de pessoas que vão aos parques temáticos [da Universal] podem escanear um QR Code e receber NFTs. Vemos que as NFTs não são apenas colecionáveis, mas uma tecnologia de fidelidade, que proporciona oportunidades para marcas e também para times como o Flamengo se aproximarem de seus fãs e aprenderem mais sobre seus torcedores mais fanáticos”, explicou o executivo.
Para o conglomerado de mídia e entretenimento, a experiência de disponibilização de NFTs aos turistas que visitam seus parques temáticos serve para mapear quem são seus fãs. A ideia da parceria com o Flamengo é trazer essa experiência para o futebol.
“Então, veremos como atingir um novo patamar, como melhorarmos a experiência [do torcedor] para além de ir assistir a um jogo, como mantermos esse relacionamento de longo prazo com nossos torcedores”, comentou Soto-Wright.
Camisa digital
Outra iniciativa planejada pela parceria será o lançamento de um patrocínio em formato digital, com a criação de uma camisa no metaverso, que o torcedor poderá adquirir digitalmente e, posteriormente, até resgatar de forma física.
Soto-Wright lembrou a parceria firmada entre Justin Bieber e o Toronto Maple Leafs. Nela, o cantor canadense criou uma camisa especial do time, que disputa a NHL (liga norte-americana de hóquei no gelo). A união de duas marcas fortes como Bieber e Maple Leafs fez o artigo se tornar cobiçado e um sucesso de vendas, esgotando as peças em poucas semanas.
“Estamos procurando uma parceria de nível semelhante aqui com o Flamengo”, adiantou o executivo.
Com tantas oportunidades de ações que o futebol brasileiro oferece, a MoonPay espera ajudar a aprimorar e diversificar a experiência dos torcedores rubro-negros no mundo digital.
“O importante é que não é apenas um patrocínio. Esta é uma parceria estratégica. Estamos tentando encontrar uma maneira de ajudar a criar novos fluxos de receita digital para o Flamengo”, finalizou.